Hospitais recebem alerta de falta de oxigênio por bloqueio de estradas

A Air Liquide, uma das principais empresas que atua no setor de gases medicinais, compartilhou ainda em 31 de outubro um texto com gerentes de hospitais dizendo que a paralisação das rodovias “impõe uma acentuada preocupação em relação a um possível desabastecimento”.

“A nossa produção e distribuição de gases medicinais, industriais e especiais, está sob real risco em função dos efeitos de tais manifestações pois, por um lado, não conseguimos escoar nossa produção, por outro, não temos como receber os caminhões nas fábricas e transportar os produtos para os nossos clientes”, afirma o documento

O informativo ainda alerta que a empresa pode ficar impossibilitada “de atender a demanda de gases, até que a situação de crise nacional se normalize”.

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Outra entidade do setor a se manifestar foi a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Em nota divulgada à imprensa, os representantes também se mostram “muito preocupados” com a situação, que classificam como “risco extremo e iminente à preservação da vida”.

“Especificamente no setor de saúde, as manifestações estão colocando em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado a clínicas e hospitais, nos quais é utilizado para a manutenção e a preservação da vida de pacientes em estado crítico, ou que estejam sofrendo de crise respiratória.”

A BBC News Brasil entrou em contato com Abiquim e Air Liquide, mas não foram enviadas respostas até a publicação desta reportagem.

Situação ainda é estável

Apesar dos alertas sobre a possível falta de oxigênio medicinal caso os bloqueios continuem ou se intensifiquem, a situação dos hospitais parece confortável até o momento.

Soraya Trani, gerente da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, no interior paulista, conta que o hospital tem suprimentos suficientes — por causa da pandemia de covid-19, os estoques de insumos de muitos hospitais foram ampliados nos últimos dois anos.

“É claro que ficamos temerosos com uma situação dessas, pois pode haver desabastecimento. Mas, por enquanto, tudo está tranquilo”, relata.

A gerente diz que os tanques de oxigênio são preenchidos cerca de uma vez por semana, e a quantidade é mais que suficiente para suprir a demanda da unidade.

Ela entende que recados como esses, enviados por empresas e associações, servem como uma precaução, para que os profissionais de saúde fiquem atentos para possíveis problemas futuros.