Brasileiro morto em caverna de gelo na Argentina viajava de Kombi com a gata

Brasileiro morto em caverna de gelo na Argentina viajava de Kombi com a gata

Pelo Instagram, Marin se descrevia como um “contador de stories” e costumava fazer publicações e vídeos curtos sobre os diferentes lugares por onde passava. Entre seus mais de 220 retratos, há registros de viagens destinos no Brasil, como Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina, praias do Nordeste e cidades no interior de São Paulo e do Sul do país.

Também registrou passagens por países da América do Sul como Guiana Francesa, Suriname, Uruguai e Argentina, onde morreu. Em uma das postagens mais recentes, publicada há uma semana, ele mostrou uma foto sua em meio à neve em Ushuaia e brincou ser um “corpo congelado na avalanche com gelo”.

Em agosto de 2020, registrou sua passagem pela cidade de São Paulo, “quase dois anos apos a data de partida”. “Eu nao tenho mais casa fixa, entao foi preciso escolher um ponto em SP tambem. Como ali nao tem camping, aluguei um quarto. Fiquei em um bairro muito proximo ao bairro em que cresci, pra facilitar as visitas”, contou, acrescentando que não pôde se encontrar com muita gente em razão da pandemia.

Ele também disse não reconhecer mais a cidade. “E, acho que ja nao sou mais dali. Da onde eu sou entao? Acho que de lugar nenhum… ou de todos?”

Há, ainda, outros posts em que Marin fala sobre as eleições presidenciais e estimula o voto em Lula (PT) para presidente. “Se você não está em dificuldade, com fome, sem teto, tratando doença na rede pública, desempregado, sofrendo violência, vote por quem está em situação de vulnerabilidade”, escreveu ele.

Em um vídeo gravado por um dos turistas, publicado no site do jornal La Nacion e nas redes sociais, é possível ver o momento da queda.

Nas imagens, quatro pessoas, acompanhadas por um cachorro, caminham em direção à entrada da caverna, enquanto o autor da gravação diz para tomarem cuidado, pois parte do gelo parecia cair.
É possível ver quando uma placa se desprende da parte superior e cai sobre uma pessoa.

Imediatamente, quem está gravando começa a correr e grita para os outros não irem até o interior da caverna e voltarem. Nesse momento, aparece uma placa informando, em espanhol, que a entrada no local é proibida.

A caverna de gelo do Cañador de la Oveja, nome oficial da localidade, tem acesso restrito justamente devido ao risco de deslizamentos. Segundo Gabriel Willink, chefe de segurança do Parque Nacional da Terra do Fogo, não há excursões turísticas autorizadas para essa área.