Explosão em escola no Afeganistão deixa ao menos 17 mortos

“Todos são crianças e pessoas comuns”, disse à AFP o profissional de saúde, que pediu para não ser identificado. Um funcionário do governo local confirmou a explosão, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (30), mas não informou o número de mortos, divulgado em um levantamento extraoficial feito com oficiais da cidade pela BBC.

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Desde que o Talibã voltou ao poder no Afeganistão, em agosto do ano passado, houve dezenas de explosões e ataques a civis no país, a maioria reivindicada pelo ramo local do grupo Estado Islâmico, o Província Coraçone.

O grupo é conhecido por suas posições extremistas que tem como principal alvo minorias religiosas, como os Hazaras, que também são muçulmanos mas seguem a vertente xiita, ao contrário da esmagadora maioria dos afegãos, que são sunitas, conhecidos assim por aceitar as escrituras da Suna, um documento sagrado que narra as experiências vividas por Maomé, quando estão com alguma dúvida na interpretação do Corão, livro sagrado do Islã.

Ao tomar o poder, o Talibã afirmou que ajudaria a preservar as minorias ameaçadas, mas a ONG Human Rights Watch declarou recentemente que as “autoridades talibãs fizeram pouco para proteger essas comunidades contra bombardeiros suicidas e outros ataques ilegítimos”.

A cidade do incidente de hoje fica localizada cerca de 200 quilômetros ao norte da capital Cabul. Até o momento, nenhuma célula terrorista assumiu responsabilidade pelo atentado.

A explosão teria acontecido quando membros da escola estavam deixando uma reunião para realizar as preces rotineiras na instituição religiosa. Um porta-voz do Ministro do Interior afegão, Abdul Nafee Takkur, afirmou que as forças de segurança do Talibã estão investigando o ataque e fez a promessa de “identificar os responsáveis e puni-los por suas ações”.

Em setembro, em um ataque semelhante ao de hoje, pelo menos 54 pessoas morreram depois que um suicida estourou uma bomba na capital afegã, Cabul, tendo como alvo centenas de estudantes que faziam uma espécie de vestibular em um saguão. Entre as vítimas, estavam pelo menos 51 adolescentes e jovens mulheres.

Na ocasião, líderes do Talibã afirmaram que o ramo local do EI era responsável pelo ataque, apesar de o grupo nunca ter declarado autoria.