Feturismo quer a volta do horário de verão e apresenta argumentos para ministros

Feturismo quer a volta do horário de verão e apresenta argumentos para ministros

“A intenção é mostrar a importância do nosso setor econômico estar em consonância com ambos os Ministérios, para não só receber bem os turistas, mas também trabalhar a conscientização deles com folheterias com orientações nos hotéis, pousadas, aeroportos… além de mídias sociais e veículos tradicionais de comunicação como rádio, TVs”, explica Fábio Aguayo, presidente da Feturismo. “Nossa preocupação não é só com a volta do horário de verão e o lucro, mas trabalhar integradamente, reforçando ao coletivo os problemas que irão ocasionar estas mudanças climáticas, caso não focarmos na preservação”.

A entidade reforça aos ministros que a volta do horário especial no verão 2023-2024 vai garantir um alento ao setor de turismo, lazer e gastronomia, diante das dificuldades enfrentadas durante a pandemia da covid-19 nos últimos anos. “Usaríamos como mote uma hora a mais durante o dia para, além de economizar energia elétrica, conscientizar nossos clientes e hóspedes sobre a importância do uso racional dos recursos naturais, combatendo o negacionismo das mudanças climáticas e aquecimento global”, destaca Aguayo.

O manifesto lembra que, com o horário de verão, quando os relógios de algumas regiões do país são adiantados em uma hora, as atividades ligadas ao turismo contam com uma hora a mais ainda durante o dia para receber turistas e clientes tradicionais.

“O horário diferenciado não gera somente grandes reduções no consumo de energia elétrica, mas, estimula a adoção de novos hábitos de consumo e reflete positivamente para bares, restaurantes, entretenimento, eventos, meios de hospedagem e outras atividades econômicas”.

Pandemia e crise

Desde que o horário de verão foi suprimido, na temporada 2019/2020, o setor foi afetado diretamente, e seu retorno traria importantes oportunidades e crescimentos em níveis pré-pandemia. O horário especial no país começou no governo de Getúlio Vargas, em 1931, e foi adotado em períodos alternados. O último, encerrado em 2019, ocorreu de 1985 a 2018. “A prática de adiantar o relógio em uma hora é um grande incentivo ao turismo do país e principalmente ao turismo interno”, lembra no ofício a Feturismo.

De acordo com Aguayo, o setor de gastronomia e entretenimento era um dos mais privilegiados e, com a grande procura de clientes e turistas, promoveu 30% a mais na geração de empregos e arrecadação de tributos ao erário, com a venda de bebidas, que tem alta tributação de IPI e ICMS. “Ressaltamos, que o estudo apresentado em 2021 pelo ONS (Operador Nacional de Sistemas), mostrou que o horário de verão tem grande potencial para reduzir a demanda de energia no período noturno, porém o Governo Federal não conseguiu ver vantagens e ignorou sua conclusão, por questões ideológicas”.

Panorama

A Feturismo lembra que nos últimos três anos ocorreu um cenário preocupante nos reservatórios de hidrelétricas do país (o Rio Grande do Sul continua passando pela situação em boa parte do seu território), mesmo que no segundo semestre de 2022 e início de 2023 grandes quantidades de chuvas vem enchendo os reservatórios. “As mudanças climáticas estão agindo fortemente no mundo, por isso não podemos baixar a guarda e criar mecanismos e alternativas de conscientizar a população, mesmo que seja ínfima ou bem significativa os retornos, só a mensagem e ação de preservação já é uma grande vitória”.

Estes fatos reforçam a necessidade de lançar novamente o programa para incentivar o consumo de energia fora dos horários de pico. “Desta forma, o setor do turismo, composto por hotéis, bares, restaurantes, cadeia produtiva de eventos, com o intuito de minimizar os duros efeitos da crise, e na certeza de contar o valioso apoio do Governo Federal, apresenta o pleito de retomada do horário de verão, em especial, nos próximos anos, onde estará, ainda, em recuperação desta terrível crise climática que é global”, concluiu o ofício.