Em estado grave, universitário ganha colação de grau em hospital; vídeo

Em estado grave, universitário ganha colação de grau em hospital; vídeo

“O Geovane é uma pessoa de coração enorme. Quando eu vim transferida, em 2019, ele cursou uma disciplina comigo e ao final da disciplina ele me mandou uma mensagem muito linda reconhecendo e agradecendo o meu trabalho. Esse é o Geovane, essa pessoa de coração bom, um aluno estudioso e muito querido no curso de Biologia”, disse a docente muito emocionada.

Vera Lúcia, irmã de Geovane, também compareceu ao evento e agradeceu a todos, inclusive à UFMA, por promoverem a colação, já que o sonho do jovem era fazer a sua colação de grau e formatura.

“Eu tenho mensagem que ele disse que eu tinha que dar um jeito de vir no dia da colação de grau. E eu falei que ia fazer o possível para estar aqui. O sonho dele era esse dia chegar e a minha preocupação quando o Geovane ficou doente, depois que eu vi que era muito grave, era justamente esse momento não acontecer porque faltava pouca coisa para ele concluir [o curso]. E quando ele ficar bom, ele vai poder exercer a profissão que era o sonho dele”, relata a irmã.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Hospital Universitário da UFMA (@huufma)

A cerimônia contou com a participação dos amigos de curso, dos profissionais de saúde e dos professores do rapaz. A irmã de Geovane, agora biólogo, leu o juramento do curso no lugar do irmão.

Doença

Segundo relato de Vera no site da vaquinha, o irmão sentiu formigamento nas pernas e pés, confusão mental e foi a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em novembro de 2022. No local, uma tomografia indicou que ele estava com hemorragia cerebral e, após 24 horas da ida à unidade de saúde, o jovem já havia perdido os movimentos.

Em quatro dias, o rapaz foi parar na UTI, onde ficou por 31 dias, sendo entubado. Hoje, o jovem se encontra inconsciente, não reage a nenhum estímulo, não se movimenta, não se comunica de nenhuma forma e está com sequelas neurológicas que podem ser irreversíveis, segundo a família.

“Nós não moramos no estado [do Maranhão] e por ser tão distante fica inviável os custos de viagens que já não consigo mais pagar. Por conta do trabalho é impossível ficar no estado com ele em tempo integral e por período indeterminado. Em Hortolândia poderei dar todo apoio e suporte para meu irmão no que ele precisar” contou Vera Lúcia no site da vaquinha.

Transferência

Ainda nesta quarta-feira, após a cerimônia, a família de Geovane conseguiu transferi-lo para Hortolândia, em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para ele ficar próximo da irmã e dos familiares que moram na cidade.

A família fez uma vaquinha, com a meta de R$ 150 mil, para custear a transferência, mas conseguiu que a Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão disponibilizasse a UTI aérea. Agora, o valor da vaquinha será usado para custear os tratamentos médicos de Geovane, que está internado em um hospital de Hortolândia.