Jovem coloca 8 pinos na coluna após queda de paratrike atingido por cerol

A jovem de 23 anos que em dezembro caiu de uma altura de 15 metros após sofrer um acidente com um paratrike em Bertioga, litoral de São Paulo, continua internada em um hospital da cidade de Guarujá. Ela passou por cirurgia para colocação de oito pinos na coluna cervical e agora aguarda uma segunda cirurgia, nos calcanhares.

Ouvido pela reportagem, o pai de Lorrana, Adão da Silva Felipe, informou que a jovem passa bem após a cirurgia, realizada na última terça-feira (10) e já iniciou algumas sessões de fisioterapia. Os pinos foram colocados na altura da vértebra L1, na altura da cintura, num procedimento delicado, que levou cerca de cinco horas e meia para ser concluído.

Segundo informou o Hospital Irmã Dulce, onde ela está internada, a fratura foi na região lombar. “Ela passou por cirurgia há sete dias, e precisou fazer a inserção de pinos na mesma região para fixar a parte fraturada, além da descompressão medular, com objetivo de deixar a medula em seu formato normal”, informou a unidade, em nota.

jovem cerol SP
Lorrana Fernanda Rodrigues Felipe participava de um voo duplo com o piloto José Hélio da Rocha, que morreu no acidente. Foto: Vakinha ajuda-a-laurrana-eduarda / Reprodução

“Ela teve que esperar 15 dias por essa cirurgia, mas graças a Deus está bem. Em dois dias depois da cirurgia, já tinha saído da UTI. Ontem (15) retirou o dreno, está falante e com menos dores para dormir. Ela se sente muito grata por estar viva”, contou o pai.

Lorrana está acompanhada da mãe no hospital. A família, que vive em Americana, interior de São Paulo, havia alugado uma casa na cidade para passar o Natal. Após o acidente, os pais da jovem passaram momentos de grande desespero, pois não teriam condições de arcar com os custos de uma estadia mais longa em Bertioga.

“Fomos abençoados, uma família de gente muito boa emprestou uma casa para ficarmos o tempo que quiséssemos. Então ficamos a semana passada toda, antes e depois da cirurgia da Lorrana. Agora minha esposa conseguiu um cantinho lá no hospital, para dormir perto dela”.

Os pais da jovem agora estão apreensivos com a cirurgia que ela irá realizar nos calcanhares, que também foram fraturados com o impacto no solo. “Ainda não sabemos quando será essa operação, estamos muito ansiosos. Sabemos que o pior já passou, que era a da coluna, mas mesmo assim a gente fica preocupado, porque as dores nos pés e nas pernas continuam”, afirmou Adão.

Segundo o Hospital Irmã Dulce, a cirurgia nos calcanhares de Lorrana já está marcada para ocorrer na quarta-feira (18).

VOO PROIBIDO

O acidente aconteceu na tarde do dia de Natal, na avenida Tomé de Souza, na Vila Claís. Lorrana Fernanda Rodrigues Felipe participava de um voo duplo com o piloto José Hélio da Rocha, 61, quando o paratrike (uma espécie de parapente motorizado), ao iniciar o pouso na praia de Indaiá, enroscou-se numa linha de pipa com cerol, rasgando a asa do equipamento. O piloto morreu no hospital horas depois.

A jovem pagou R$ 100 pelo voo sobre a praia. Voar sobre áreas urbanas com veículo aéreo motorizado não é permitido pelo Regulamento Brasileiro da Aviação Civil. Assim como também não é permitido cobrar por esse tipo de passeio.

O piloto, José Hélio, era professor de Educação Física aposentado e morava na zona leste de São Paulo. Ele foi sepultado no Hospital Nossa Senhora do Carmo, em Santo André, no ABC Paulista.
Logo após o acidente, a Polícia Civil recolheu o equipamento e o encaminhou para a perícia e o caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Bertioga.