Câncer nos olhos: melanoma de coróide afeta 2 mil pessoas por ano no Brasil
Um dos tipos mais raros da doença, mas nem por isso menos agressivo, é o Melanoma de Coróide – tumor maligno intraocular que ocorre quando células chamadas melanócitos crescem de forma desordenada, formando um tumor em uma parte do globo ocular que fica na parte de trás do olho. A incidência é de 10 casos para cada 1 milhão de habitantes, sendo que no Brasil temos aproximadamente 2 mil casos de Melanoma de Coróide por ano.
Segundo o oftalmologista e especialista em retina do Hospital de Olhos do Paraná, Alexandre Grandinetti, a exemplo de outros tipos de câncer, as chances de cura do Melanoma de Coróide são maiores quando a doença é descoberta em seu estágio inicial.
“Nesses casos existe uma melhora completa com o tratamento adequado e precoce, que estipula-se ser o laser de Terapia Térmica Transpupilar (TTT). Porém, existe a necessidade de um acompanhamento por toda a vida devido ao risco de metástases para outros órgãos, em especial o fígado”, alerta o médico.
Nas fases iniciais, os portadores da doença permanecem sem sintomas por períodos prolongados. Quando ocorrem, os sintomas são a diminuição da acuidade visual, presença de moscas volantes, hemorragias no espaço intraocular e nos casos mais avançados pode ocorrer dor ocular.
O diagnóstico é feito de forma clínica, com o auxílio de exames de alta tecnologia como tomografia de coerência ótica, angiografia fluorosceiníca e ecografia ocular.
“Independente de apresentar ou não algum sintoma, nossa recomendação é que a pessoa faça consultas periódicas com um oftalmologista, no mínimo uma vez po ano, para a realização de exames como o de fundo de olho, por exemplo. Dessa forma, eventuais doenças podem ser descobertas com antecedência, aumentando as chances de cura”, afirma Grandinetti.
Tratamento
A escolha do tratamento varia de acordo com cada caso. Vários fatores são levados em consideração para decidir a melhor opção disponível. Atualmente, o tratamento mais realizado é a braquiterapia – placas de radiação que são colocadas próximas ao tumor pra sua destruição através da radiação. Outras formas de tratamento com laser, e até mesmo cirurgia intraocular podem ser utilizadas em casos selecionados. Em casos mais avançados, o médico pode optar pela enucleação (remoção completa do globo ocular).