Área queimada por incêndios no Chile aumenta seis vezes, e número de mortes chega a 24

Área queimada por incêndios no Chile aumenta seis vezes, e número de mortes chega a 24

Além de residências, os intensos incêndios queimaram florestas e propriedades agrícolas situadas em três regiões perto do centro da costa do Pacífico do país.O cenário na região tem terrenos reduzidos a cinzas, animais mortos e camponeses que perderam tudo -quase 1.500 pessoas foram deslocadas para abrigos.

O governo do presidente Gabriel Boric emitiu declarações de emergência para as regiões rurais do sul de Biobío, Ñuble e Araucanía, em um esforço para acelerar o socorro.

Treze pessoas mortas foram encontradas em Biobío, que, como Ñuble e Araucanía, abriga extensas florestas e fazendas que cultivam uvas e outras frutas para exportação.

Segundo o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, 26 dos 997 feridos estavam em estado grave.O presidente Gabriel Boric, acompanhou o velório de um bombeiro na cidade de Coronel. “O Chile inteiro chora com vocês. Estou aqui para lhes dizer que não estão sozinhos”, afirmou o presidente.

Uma onda de calor vem dificultando os esforços para extinguir as chamas, já que as temperaturas nas áreas mais afetadas ultrapassaram os 40ºC.

Na manhã deste domingo, a queda das temperaturas parecia dar um alívio aos 5.300 brigadistas destacados para o combate ao fogo.

“Estamos em uma pequena janela de melhora das condições meteorológicas entre hoje e amanhã, o que significa que não estamos com temperaturas extremas”, disse Monsalve, alertando que os termômetros podem voltar a bater 40ºC na terça-feira (7).

Cerca de 260 incêndios estão ativos, segundo autoridades, com 28 deles considerados especialmente perigosos.

A situação, longe de ser controlada, lembra a catástrofe ocorrida na região em 2017, quando 11 morreram e cerca de 6.000 ficaram desabrigadas nos incêndios que queimaram mais de 450 mil hectares e destruíram 1.500 casas. Como naquele ano, os focos de incêndios começaram em áreas agrícolas e florestais e progrediram até ameaçar e destruir áreas povoadas.

Para especialistas, fortes ondas de calor como a que atinge o Chile têm relação com o agravamento da crise climática –que multiplica a ocorrência de eventos extremos no planeta.