Brasileira esquartejada nos EUA lutou para ser mãe e exaltava origem baiana

Brasileira esquartejada nos EUA lutou para ser mãe e exaltava origem baiana

Nancy já tinha postado fotos em estandes da modalidade, mas ao visitar o local a polícia não encontrou nem o aparelho, nem a vítima. Apenas três dias depois seu carro foi encontrado abandonado, em outro ponto da cidade.

Vaidosa e ativa, ela costumava correr meias-maratonas e fazer musculação. A vítima compartilhava fotos em roupas de academia, mostrando sua satisfação com o resultado dos exercícios. Mas, apesar da atenção ao corpo, os posts de vida fitness eram uma parte pequena das redes da brasileira.

Os filhos eram o grande destaque nos perfis da mulher, que lutou para ser mãe. Ao comemorar mais um aniversário do caçula, ela contou que demorou 36 meses para conseguir engravidar depois de decidir ter mais um bebê. “Hoje é um lembrete de que milagres podem acontecer”, afirmou ela na ocasião.

Ela chegou a ter um canal sobre maternidade no Youtube, sugerindo brincadeiras educativas com as crianças. Com o conteúdo, Nancy conseguiu 2,6 mil inscritos entre 2014 e 2016, quando deixou de postar, sem dar mais explicações.

Antes de trocar de estado, ela também chegou a trabalhar como corretora de imóveis, segundo uma ex-colega que lamentou a notícia de sua morte. Já fora da vida profissional, Nancy gostava de postar fotos de momentos de lazer, incluindo viagens à Europa, com fotos na Itália e na Suíça.

Fã de música brasileira, ela tinha fotos ao lado de Carla Perez e Jacaré, famosos pelo É o Tchan, além de ter posado ao lado de Xanddy, do Harmonia do Samba, durante viagem do trio aos Estados Unidos. “Viva a Bahia!”, escreveu Nancy na legenda.

Em outro post, a mulher mostrou um prato com comida tipicamente brasileira, acompanhado de um Guaraná Antártica, exaltando seu apego à terra em que passou a infância. “Amo a América e todos os benefícios, mas não esqueço dos meus costumes”.

O relacionamento de Nancy com Daniel Steams, suspeito de tê-la matado, teria começado também pelas redes sociais. No Facebook, pessoas que serviram ao lado dele nas Forças Armadas se disseram surpresas com a notícia do crime, afirmando que nunca tinham notado seu comportamento violento.

Segundo a polícia local, ele matou a brasileira e deixou o corpo em uma área arborizada por vários dias. Depois, voltou ao local e queimou os restos mortais de Nancy para tentar destruir qualquer prova que o ligasse ao assassinato, além de espalhar partes de seu corpo.

A polícia passou a monitorar Stearns e, na última quinta-feira (9), mais de 15 dias após o desaparecimento da mulher, ele foi preso ao sair de casa.