Oração pelas vítimas de ataque a creche marcam Sexta da Paixão em Blumenau
Biernaski também esteve nos velórios das crianças, na manhã de quinta-feira (6), para dar apoio aos familiares. Na tarde desta sexta-feira (7), a catedral estava lotada para a celebração da Paixão de Cristo.
“Blumenau ficou uma tristeza só. Como se a gente tivesse perdido alguém da nossa família. E, principalmente na Páscoa, a gente só pensa em coisas boas. Uma tragédia assim na Semana Santa acabou com a gente”,
disse Marcia Cristina Garcia, antes de entrar na igreja.
Ela é avó de duas meninas, uma de 12 anos e outra de 6, que estudam perto da creche onde ocorreu o atentado.
“No dia, meu filho foi correndo para a escola das meninas para buscá-las. Ele não quis saber se era para ir ou não era. E depois avisou que elas estavam em casa, em segurança. Eu moro a dois quarteirões da creche. Saí de casa e no caminho era só o que a gente ouvia, aquela tristeza”.
Turistas que já tinham programado a viagem a Blumenau neste feriado de Páscoa também estavam na celebração desta sexta-feira.
“Está um clima triste na cidade. Não só aqui. Acho que em todo lugar tem gente sensibilizada com o que aconteceu. Como mãe, é difícil imaginar a dor dos pais. Não tem uma palavra de conforto. Pedir a Deus para amparar as famílias. O que aconteceu foi muito cruel”.
diz Tatiana Cristina Melo, que é de Uberlândia (MG) e está na cidade catarinense com a família.
A programação para a Páscoa foi mantida, com via sacra e procissão prevista para as 19h nesta sexta. No sábado, haverá a Vigília Pascal, também às 19h. Quatro missas estão marcadas para o domingo (9).
A catedral ainda tenta organizar uma missa especial na segunda-feira (10), em homenagem às crianças, mas a cerimônia ainda não foi confirmada. Pela manhã, dezenas de motociclistas percorreram as ruas da em um ato em homenagem às vítimas.
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Motoristas de veículos de guinchos também participam, com placas de luto coladas nos vidros dos veículos. Na chegada da carreta à creche, houve orações e aplausos, e balões brancos foram soltos para o céu.
De idades entre 4 e 7 anos, Bernardo Pabst da Cunha, Bernardo Cunha Machado, Larissa Maia Toldo e Enzo Barbosa tinham em comum o fato de serem filhos únicos e de terem sido todos “muito desejados pelos pais”, relatam pessoas próximas. Outras quatro crianças feridas no ataque precisaram ser hospitalizadas e tiveram alta médica.
Os corpos das quatro vítimas foram enterrados nesta quinta-feira (6) sob forte comoção, além de orações e aplausos. Desde o início da noite de quarta, a despedida das vítimas gerou uma vigília na porta da escola e reuniu familiares e moradores da cidade no velório.
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O ataque ocorreu na manhã de quarta. Segundo as investigações, um homem de 25 anos chegou em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.
O autor não tem aparentemente nenhuma ligação com a creche, conforme a apuração.
A motivação para o ataque ainda é investigada, mas, para a polícia, trata-se de um caso isolado, não conectado a outros atentados.