Justiça nega pedido de revogação de prisão de Thiago Brennand

Justiça nega pedido de revogação de prisão de Thiago Brennand

“Objetivando cumprir os trâmites processuais, o acusado manifesta o interesse em retornar ao Brasil, na próxima quinta-feira (6 de abril de 2023), chegando no dia 7 de abril”, diz o documento, que encerra dizendo que o acusado se colocará “à disposição da Justiça”.

Porém, a Justiça considerou que as circunstâncias de retorno do empresário e sua apresentação espontânea às autoridades não alteram a decisão em relação a prisão preventiva.

O empresário é acusado de crimes sexuais e já foi denunciado oito vezes pelo Ministério Público de São Paulo e tem cinco prisões preventivas decretadas. Em vídeos postados nas redes sociais, ele sempre negou todas as acusações. Procurado, o advogado não se manifestou até a publicação da reportagem.

Em vídeo publicado na semana passada, Brennand afirma que pretende voltar ao Brasil, que deve desculpas a ex-advogados e a autoridades a quem ofendeu, mas diz que provavelmente será preso “injustamente”.

Brennand ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo.

Anteriormente, a defesa que o representou no caso da agressão afirmou que ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades e disse que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas por Helena Gomes.

Ele já teve a prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores -segundo a Promotoria, teria incentivado o filho adolescente a ofender a modelo. Horas antes de o Ministério Público apresentar a denúncia, porém, ele viajou para os Emirados Árabes Unidos.

Por isso, foi considerado foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol. Assim, acabou detido em Abu Dhabi em outubro -ele pagou a fiança e responde o processo de extradição em liberdade.

Brennand trocou diversas vezes de advogados desde as primeiras denúncias. No início, foi representado pelo escritório Cavalcanti e Sion. Depois, passou a ser representado pelo advogado Ricardo Sayeg, que deixou o caso no início deste ano. Agora, ele segue com o advogado Eduardo Leite.

O pedido de extradição de Thiago Brennand segue seu fluxo normal, diz o Ministério da Justiça e Segurança Público. A pasta afirma ter formalizado a solicitação às autoridades dos Emirados Árabes no dia 4 de novembro do ano passado.

No dia 17 de março, 70 armas de Brennand foram apreendidas pela polícia de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os armamentos foram encaminhados para perícia no IC (Instituto de Criminalística) e, depois, ficariam à disposição da Justiça de Porto Feliz, onde o empresário é também é investigado.