Criança fica uma semana intubada em pronto-socorro de SP por falta de UTI

Um menino de 1 ano passou uma semana intubado no pronto-socorro do Hospital Regional de Cotia (SP), com um quadro de bronquiolite e pneumonia, à espera de uma vaga de UTI pediátrica.

Criança fica uma semana intubada em pronto-socorro de SP por falta de UTI

Na noite desta segunda (1º), a Secretaria de Estado da Saúde informou que o paciente seria transferido para o Hospital Cândido Fontoura para “seguir tratamento em UTI pediátrica”.

A medida ocorreu após a Folha de S.Paulo questionar o secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, sobre um eventual apagão de vagas de UTI pediátrica e informá-lo sobre o drama do menino.

Paiva negou que haja colapso de vagas estaduais, mas diz que houve aumento da pressão nas urgências, emergências e UTIs dos hospitais devido à circulação do vírus respiratório.

“Temos a circulação do vírus sincicial respiratório, não só em São Paulo mas em outros estados do Sul e do Sudeste. Ele tem acometido crianças e neonatos causando um quadro de insuficiência respiratória, precisando de intubação. Em geral, a evolução é boa”, afirmou.

Segundo o secretário, a rede estadual tem ampliado as vagas de UTI pediátrica e neonatal, e nos próximos dias a tendência é de arrefecimento do número de casos da síndrome viral.

“Essa epidemia já data de uns 30, 40 dias, e nós acreditamos que estamos na fase final dela. Em 15, 20 dias, nós estaremos saindo dessa fase.”

A avó, Adriana Silva, disse que no último dia 23 o menino apresentou um quadro de falta de ar e foi levado rapidamente para o pronto-socorro do hospital de Cotia.

“Ele foi internado e na terça já intubaram. Depois, disseram que ele estava com água no pulmão e colocaram um dreno. Depois falaram que ele tinha uma infecção devido ao dreno.”

Adriana conta que, com a piora do quadro de saúde, a criança chegou a ser transferida de ambulância na madrugada de domingo (30) para um hospital de Itapecerica da Serra, que tem UTI pediátrica.

“Chegando lá, disseram que não tinha vaga, e a ambulância voltou com o menino de novo para Cotia. Ele está com sonda nasogástrica, ligado a um monte de aparelhos. Fica esse jogo de empurra-empurra. É desesperador.”