Associação dos Magistrados do Brasil dá posse à primeira mulher como presidente da entidade
Juíza há 21 anos, Renata Gil, do Rio de Janeiro, foi eleita para o período 2020-2022. Associação tem 70 anos de existência e reúne 14 mil [...]
Juíza há 21 anos, Renata Gil, do Rio de Janeiro, foi eleita para o período 2020-2022. Associação tem 70 anos de existência e reúne 14 mil magistrados em todo o país. Tomou posse a nova diretoria da Associação dos Magistrados do BrasilA juíza do Rio de Janeiro Renata Gil tomou posse nesta quarta-feira (11) como primeira mulher a presidir a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB).O mandato terá duração de três anos, entre 2020 e 2022. A AMB tem 70 anos de existência e reúne 14 mil magistrados em todo o país.A cerimônia de posse foi realizada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a presença de ministros dos tribunais superiores e advogados. Cinco ministros do Supremo Tribunal Federal compareceram: o presidente Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski.Também participaram o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, e os ministros Luís Felipe Salomão, Antonio Saldanha , Marco Aurélio Belizze, Ribeiro Dantas e outros.Renata Gil discursou no evento por 20 minutos. Afirmou que atuará para que os juízes tenham suas prerrogativas respeitadas e disse que a corrupção no Brasil está "indo para as profundezas do oceano"."Insisto que o vigor das instituições está alicerçado e que no elemento humano reside a ética. A corrupção está indo para as profundezas do oceano trazendo retidão. No caso dos juízes, sua ética é de responsabilidade e não de convicções pessoais. O caminho para o Poder Judiciário é o da institucionalidade."No pronunciamento, ela também defendeu a liberdade de imprensa. "A imprensa tem papel fundamental para trazer transparência. A democracia é o império da transparência", disse.Em entrevista à TV Globo antes da posse, Renata Gil afirmou que quer atuar para fortalecer o Judiciário.Segundo ela, o principal desafio é manter a independência do Judiciário tal como prevê a Constituição. "A gente tem visto várias PECs [propostas de emenda à Constituição], vários projetos de lei tentando alterar a estrutura da magistratura, uma estrutura que é constitucional e eu tenho dito que ela é constitucional porque o legislador constituinte se preocupou em preservar. Por que? Porque é a própria preservação do estado de direito e a preservação da sociedade", disse.Segundo Renata Gil, a AMB vai aprimorar os canais de comunicação com a sociedade e criar um centro de pesquisas para estudar melhor o Judiciário. "A gente está criando um laboratório de tecnologia e inovação, criando um centro de pesquisas para que a gente saiba quais são os nós, os gargalos do Poder Judiciário, e a gente possa dissolver tudo isso, fazer um trabalho pró-ativo", afirmou.A nova presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Renata GilDivulgação / AMBPerfilFormada em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Renata Gil é magistrada há 21 anos. Integrou a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), principal grupo do país para debate de ações de combate aos crimes do gênero.Renata Gil criou no Rio o projeto Central de Assessoramento Criminal, que prevê um sistema de rodízio de servidores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para casos de combate ao crime organizado – uma ideia parecida com o projeto Juiz Sem Rosto", em debate no Congresso Nacional.A chapa liderada por Renata Gil foi eleita na AMB com 79,3% dos votos, maior percentual já verificado em uma eleição da entidade.Antes da AMB, da qual já foi vice-presidente, Renata Gil presidiu a Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj).