Número de casamentos homoafetivos cresce quase 60% no Triângulo Mineiro

Número de casamentos homoafetivos cresce quase 60% no Triângulo Mineiro

Em 2018, foram registrados 92 matrimônios entre pessoas do mesmo sexo no Triângulo. Uberlândia contabilizou 54, maior parte dos casos da região. Márcio e Renato oficializaram a união em cartório em Uberlândia; cidade recebe maior número de cerimônias

Reprodução/TV Integração

O número de casamentos homoafetivos cresceu 58,6% no Triângulo Mineiro em 2018 diante de 2017. A região seguiu o crescimento nacional, que foi 61,7% na mesma base de comparação. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2017, foram registrados 58 casamentos no Triângulo Mineiro. Já em 2018, o número saltou para 92, sendo a maior parte em Uberlândia, que contabilizou 54 matrimônios homoafetivos.

Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu como entidade familiar a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Desde 2013, todos os cartórios do país são obrigados a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em entidade jurídica.

"Eu e meu marido tínhamos união estável e eu sempre tive o sonho de ter o sobrenome, de responder que era casado quando me perguntavam, além da garantia de direitos, que é muito importante", disse o assistente social, Renato Ribeiro Alves.

Desde 2013, cartórios são obrigados a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento

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Brasil

De acordo com o IBGE, somente em 2018, 9,5 mil casais no Brasil oficializaram a união por meio do matrimônio. Somente as uniões entre mulheres cresceram 64,2%.

"Nós achávamos que era bem constrangedor, pois em determinadas situações perguntavam nosso estado civil e tínhamos que falar que éramos solteiros. Dava a impressão de que não tínhamos nenhum relacionamento, que não tínhamos nada", afirmou Márcio Ribeiro Alves, assistente social, marido de Renato.

Falta de informação

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolve o "Somos", um projeto de extensão que oferece assessoria jurídica para a comunidade LGBTQI+. De acordo com a advogada que coordena o núcleo, Camila Barbosa, um casamento coletivo com oito casais chegou a ser realizado.

"Nós vemos que muitos casamentos foram por medo, pois nós vimos uma mudança para um cenário mais conservador, e as pessoas ficaram com medo de perderem esse direito", disse a coordenadora.

A advogada afirmou também, que a falta de informação ainda atinge uma parcela da população.

"Muitas pessoas LGBTs não sabem dos seus direitos. Muitas pessoas não conhecem realmente esses direitos, e núcleos, projetos e ONGs que apoiam a causa, são importantes para disseminação desse conhecimento e garantia de direitos", completou Barbosa.