Área onde mãe e três filhos morreram em BH passou despercebida por vistoria da prefeitura

Jardim Alvorada, na Região da Pampulha, está em risco geológivo. Na Vila Bernadete, onde sete pessoas morreram, a última vistoria foi em 2012. Área onde 4 morreram por conta da chuva passou "despercebida" pela PBH

Dois pontos de Belo Horizonte onde houve mortes por causa da chuva não foram vistoriados recentemente pela prefeitura. Na Vila Bernadete, na Região do Barreiro, a última fiscalização aconteceu em 2012. No Jardim Alvorada, na Região da Pampulha, onde uma mãe e três filhos morreram, a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), reconheceu que a área nem era monitorada e o terreno passou despercebido.

"Este ponto não foi mapeado no plano diretor como plano especial de interesse social, nem zona de interesse social que são as áreas de ação da Urbel. Então nós não tínhamos como um plano de controle nosso. Nós devemos passar um pente fino em diversas áreas da cidade, nós incluímos nesse último ano pontos e esse aqui passou numa área de ocupação irregular e que as pessoas por medo de chamar a prefeitura e a fiscalização, acabavam não chamando para fazer as vistorias de área de risco e acabou passando despercebido", disse o presidente da Urbel, Claudius Leite.

A coordenadora pedagógica Juliana Braga dos Santos, que teve que sair de casa, contesta a informação de que a área é irregular.

Vila Bernadete, em Belo Horizonte, é castigada pela chuva

Reprodução/TV Globo

"Nós temos documentos. São casas que nós pagamos nossos impostos e eu acho que para ter esse erro de não ter fiscalização, alegam que não tem mapeamento", contou ela.

Até sexta-feira (31), Belo Horizonte está em alerta para risco geológico. O solo encharcado pela chuva dos últimos dias aumenta possibilidade dos deslizamentos. Os principais pontos de risco são no Jardim Alvorada, no Novo Lajedo, no Izidora, no Taquaril, na Serra, na Vila Cemig e na Vila Bernadete, onde o risco era considerado médio e a última vistoria foi feita em 2012.

No último fim de semana, sete pessoas morreram em um desabamento no local.

"Lá como era zoneado em 2016 como risco médio, nós íamos a partir de demanda feita pelos moradores. E a última foi em 2012 que não apresentou gravidade", disse Claudius Leite.

As causas do desmoronamento já estão sendo investigadas. "Nossa investigação apontou que existiam duas fossas na encosta, que foi por onde a água entrou. Também existiam cortes, aterros lançados sobre a encosta e isso provocou corrida de lama".

A Urbel informou que faz atendimento em toda a cidade, mas que as vistorias têm que ser solicitadas pelos moradores. O telefone é 3277-6409.