Evento une exercícios físicos e aula gratuita de história sobre as pontes do Recife

Evento une exercícios físicos e aula gratuita de história sobre as pontes do Recife

Primeira Caminhada das Pontes de 2020 ocorreu neste domingo (2). Promovida pelo Observatório do Recife, iniciativa apresentou informações sobre cartões-postais. Caminhada das Pontes é uma aula gratuita sobre história de cartões-postais do Centro do Recife

Reprodução/TV Globo

Um grupo acordou cedo neste domingo (2), no Recife, para participar de um evento que uniu a prática de exercícios físicos e uma aula gratuita sobre a cidade. Promovida pelo Movimento "Olhe pelo Recife", sob coordenação do Observatório do Recife, a primeira Caminhada das Pontes de 2020 apresentou ao público uma oportunidade de conhecer a história de alguns dos principais cartões-postais do Centro.

A concentração ocorreu no Marco Zero do Recife, por volta das 8h. De lá, o grupo, de cerca de 100 pessoas, fez um percurso de cinco quilômetros. Os participantes circularam pelas pontes Maurício de Nassau, Velha, Boa Vista, Duarte Coelho, Princesa Isabel e Buarque de Macedo.

O público também teve a oportunidade de circular por ruas históricas da cidade. O encerramento aconteceu por volta das 11h, no Boulevard Rio Branco.

Concentração ocorreu no Marco Zero do Recife

Reprodução/TV Globo

Ao longo do passeio, o arquiteto e urbanista Francisco Cunha, do Observatório do Recife, falou sobre a história das pontes e das ruas centrais da cidade. Ele ressaltou a importância de conhecer, a pé, locais muito antigos como a capital pernambucana.

"Recife é a capital mais antiga do Brasil. E tudo que a gente está vendo aqui foi construído antes do século 20, numa época em que não havia carros. Para conhecer uma cidade é preciso passear a pé, já que de outra forma, a velocidade dificulta", afirmou Cunha.

Para a aposentada Fátima Coelho, participar pela primeira vez da caminhada foi muito interessante. "É uma oportunidade de ver a história do Recife e de ouvir uma pessoa que tem referências", declarou.

A fonoaudióloga Carolina Paes destacou a união da prática de exercícios e a oportunidade de obter conhecimento. "Acho bem legal. Além da caminhada, que é importante, tem o aspecto cultural", comentou.

A arquiteta Cecília Cavalcanti salientou que o evento tem grande importância para quem gosta da cidade. "É uma oportunidade para ver a beleza arquitetônica do Recife", destacou.

Público caminhou pelas pontes do Centro do recife para conhecer a história da cidade

Reprodução/TV Globo

História

No passeio, o público conheceu a história da Ponte Maurício de Nassau, que liga os bairros de Santo Antônio e do Recife. Segundo informações da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), ela era chamada de Ponte do Recife até 1865.

A estrutura foi a primeira ponte de madeira construída sobre o Rio Capibaribe e também é considerada a primeira ponte de grande porte no Brasil. A inauguração aconteceu em 28 de fevereiro de 1643, sob a administração do príncipe holandês Maurício de Nassau.

Na ocasião, foi realizada uma grande festa, cujo episódio mais importante foi a história do boi voador, que marcou a história da cidade.

A ponte Princesa Isabel liga as ruas do Sol e da Aurora, no trecho entre a Praça da República (fundos do Teatro Santa Isabel) e a rua Princesa Isabel, ligando os bairros de Santo Antônio e da Boa Vista. Primeira ponte de ferro da cidade, foi idealizada por Louis Léger Vauthier e construída pelo engenheiro inglês William Martineau.

Já a Ponte 6 de Março, conhecida como Ponte Velha, liga o bairro da Boa Vista, no Cais Dr. José Mariano, ao bairro de São José, no Cais da Detenção. Inaugurada em 6 de março de 1921, seu nome é uma homenagem da cidade do Recife ao dia em que começou a Revolução Pernambucana de 1817.

A Ponte Duarte Coelho, por sua vez liga os bairros da Boa Vista e Santo Antônio, unindo as avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes. Inicialmente, foi construída em estrutura metálica, em 1868, e servia de suporte ao tráfego ferroviário dos trens urbanos da Brazilian Company Limited, a histórica e conhecida, Maxambomba, que tinha sua estação central localizada no bairro de Santo Antônio.

Em 1915, foi desativada por causa de desgaste e vendida ao ferro velho. Em 1943, foi reconstruída em concreto armado. Na Duarte Coelho, é instalada nos carnavais a alegoria gigante que homenageia o Galo da Madrugada.

Ponte Maurício de Nassau foi construída do perído do governo holandês, no século 17

Reprodução/TV Globo

A Ponte Buarque de Macedo liga a Avenida Rio Branco à Praça da República, sobre a junção dos rios Capibaribe e Beberibe. Conhecida como a ponte mais extensa da cidade, seu nome é uma homenagem ao político e engenheiro pernambucano Manuel Buarque de Macedo (1837-1881).

Já Ponte da Boa Vista liga a Rua Nova, no bairro de Santo Antônio, à rua da Imperatriz, na Boa Vista. Em 1640, o conde Maurício de Nassau mandou construir uma ponte por onde os moradores pudessem atravessar o Capibaribe. Ela era de madeira e foi erguida em sete semanas.

Essa estrutura foi demolida no governo de Henrique Pereira Freire (1737 a 1746), que mandou erguer outra ponte, em local diferente.

Com estrutura inteiramente metálica, fabricada na Inglaterra, toda em ferro batido, a nova ponte foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1876. Com a aparência de uma ponte ferroviária é muito semelhante a Ponte Nova, de Paris, construída, em 1578, no reinado de Henrique III.

Parcialmente destruída pelas enchentes do rio Capibaribe em 1965 e 1966, a Ponte da Boa Vista foi restaurada em 1967, na gestão do então prefeito Augusto Lucena.