Policiais dizem que 3º suspeito da morte de família no ABC foi preso

Policiais dizem que 3º suspeito da morte de família no ABC foi preso

Juliano Júnior teve a prisão decretada pela Justiça e foi levado para cadeia de São Caetano do Sul, segundo policiais. Procurada, SSP não confirmou as informações. Justiça decreta prisão de primo suspeito de envolvimento em morte de família do ABC

Policiais informaram que o terceiro suspeito de participar do assassinato de uma família encontrada carbonizada há quase uma semana no ABC Paulista foi preso temporariamente na noite de segunda-feira (3) por determinação da Justiça.

Ainda segundo as fontes da Polícia Civil, Juliano de Oliveira Santos Júnior foi levado para uma cadeia de presos provisórios em São Caetano do Sul. Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda não havia confirmado essas informações até a publicação desta matéria.

Juliano teve a prisão temporária por 30 dias decretada ainda na segunda. Ele é primo de Carina Ramos, namorada de Ana Flávia Gonçalves, filha do casal e irmã do adolescente encontrados mortos e queimados dentro do porta-malas do carro da família, no último dia 28 de janeiro em São Bernardo do Campo.

Ana e Carina estão presas temporariamente desde 29 de janeiro também por suspeita de participação no crime. As duas mulheres e o homem são investigados por suspeita no envolvimento nas mortes do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho deles, Juan Victor, de 15. A família morava num condomínio fechado em Santo André.

Os policiais não informaram, porém, se Juliano foi ouvido pela investigação ou se falou e o que comentou. A imagem dele também não foi divulgada. Existe a possibilidade de que a Polícia Civil convoque uma coletiva de imprensa ainda nesta terça para confirmar e comentar a prisão.

A polícia pediu a prisão de Juliano depois que a prima Carina apresentou uma nova versão sobre o crime. Em depoimento na sexta-feira (31), ela disse que esse primo a procurou pedindo informações sobre a condição financeira dos parentes de Ana Flávia, a namorada dela.

Polícia investiga participação de mais três pessoas em assassinato de família do ABC

Carina disse aos investigadores que percebeu que a intenção do primo era roubar a família da namorada. Mas nega que tenha participado do planejamento ou dado informações ele.

A polícia já sabe que Juliano agiu com outros dois homens. Seus nomes e imagens não foram divulgados. Um dos suspeitos foi filmado junto com Carina um minuto antes de os carros da família saírem do condomínio. Eles carregavam uma moto.

Polícia Civil chamou as duas para prestar novo depoimento, no entanto, elas não responderam às perguntas da investigação, segundo seus advogados. A polícia também investiga a possível participação de três homens no caso.

Na saída da delegacia, a defesa das suspeitas disse que que elas só vão falar em juízo e continuam alegando que são inocentes no assassinato.

Na sexta-feira, policiais disseram que as duas tinham sido indiciadas pelo triplo homicídio da família, mas no sábado (1°) voltaram atrás e informaram que elas ainda não foram responsabilizadas criminalmente pelos assassinatos.

Carina e Ana Flávia estão presas porque apresentaram contradições nos depoimentos anteriores, segundo a polícia. Inicialmente disseram que não estiveram na casa e que a família estava devendo dinheiro a agiotas. Depois, a informação era de que estavam na casa e as vítimas tinham sido mortas em um assalto.

Imagens de câmeras de segurança mostram que as duas permaneceram por mais de seis horas na casa da família, que fica em Santo André, também no ABC.

Romuyuki, Flaviana e Juan foram encontrados carbonizados no ABC

Reprodução/TV Globo

Reportagem do Fantástico deste domingo (2) mostrou imagens inéditas do interior da casa da família toda revirada depois do crime.

Suspeitas

De acordo com a polícia, as duas mulheres elaboraram o plano para matar a mãe, o pai de Ana Flávia e o irmão dela, e teriam contado com a ajuda de pelo menos mais três homens. A investigação também procura a arma usada para matar as três vítimas.

A motivação do crime ainda não foi esclarecida pela polícia. Em depoimentos de familiares foi informado que houve uma briga familiar por causa da transferência de um carro, que teria gerado uma discussão acalorada da família dias antes das três mortes.

Ana Flávia e Carina negam o crime, segundo a defesa delas. "Elas afirmam que são inocentes e não tiveram qualquer participação no crime", falou o advogado Lucas Domingos, que defende Ana Flávia e Carina.

Segundo a polícia, Ana Flávia e Carina disseram inicialmente à polícia que o casal morto devia a um agiota. Depois a informação é de que a família foi vítima de um assalto em casa.

Uma testemunha contou à polícia que viu um homem desconhecido na casa e também que o carro da família, Jeep Compass azul, foi manobrado de marcha à ré na garagem. Segundo ela, o veículo foi carregado com algo pesado.

A investigação quer saber se as vítimas foram mortas dentro da casa e se foram colocadas no porta-malas do carro da família, que depois foi incendiado. Segundo a investigação, o reagente químico Luminol apontou a existência de manchas de sangue humano nas escadas, roupas e máquina de lavar da residência.

O porteiro disse à polícia que quem dirigia o carro era a mãe de Ana Flávia. A investigação também aponta que o Jeep da família teria sido utilizado para carregar os corpos de Romuyuki e Juan. E que Flaviana teria sido obrigada pelos criminosos a dirigir, sendo assassinada no local onde os três corpos foram encontrados.

Os investigadores encontraram a casa revirada e disseram que, quem matou também levou embora eletrodomésticos, joias e R$ 8 mil em moeda nacional e estrangeira. Também foi levada uma arma antiga quebrada, que pertenceu ao avô da suspeita, Ana Flávia.

Mulher suspeita de matar a família em São Bernardo presta novo depoimento

Causa das mortes

O laudo necroscópico preliminar indica que, mãe, pai e filho foram mortos com golpes na cabeça, semelhante a um pedaço de madeira. Em seguida, os corpos foram queimados dentro do carro na Estrada do Montanhão em São Bernardo do Campo

Familiares das vítimas disseram à polícia que as namoradas Ana Flávia e Carina tinha um relacionamento conturbado com o casal Romuyuki Gonçalves e Flaviana.

Carina, inclusive, teria sido proibida de frequentar a casa dos sogros. Ela namora Ana Flávia há dois anos e as duas viviam separadas da família, também em Santo André.

O pai de Ana Flávia não aceitava o relacionamento entre as duas. O motivo não seria homofobia, mas desavenças com Carina.

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