Bebê com suspeita de agressão morre após coma: 'não vai ficar impune', diz avó

Bebê com suspeita de agressão morre após coma: 'não vai ficar impune', diz avó

Emilly Valentinna foi sepultada na tarde de sexta-feira (12). Polícia Civil está ouvindo testemunhas e familiares. Emilly Valentinna Andrade, de 7 meses, morreu após entrar em coma. Polícia Civil investiga maus-tratos

Reprodução/Facebook

A bebê de sete meses, que entrou em estado de coma após suspeita de ter sido agredida pelo padrasto, morreu na quinta-feira (12). O G1 conversou com a avó materna da criança na manhã deste sábado (14) e, em entrevista, a familiar pede Justiça pelo que aconteceu com a neta. A Polícia Civil está investigando o caso que foi registrado como violência doméstica e lesão corporal.

Emilly Valentinna Andrade foi internada no último sábado (7) no Hospital Irmã Dulce em Praia Grande, no litoral de São Paulo, com diversos hematomas e suspeita de traumatismo craniano. Cinco dias após a internação, a menina não resistiu. O padrastro é o suspeito de ter cometido a agressão.

A avó, Sandra Regina de Andrade, lembra que o jovem, de 22 anos, chegou em sua casa com a menina já desmaiada nos braços. "Eu estava me sentindo mal, com uma angústia. De repente ele bateu aqui na porta de casa e começou a chamar pelo meu outro filho. Quando saí, ele estava com a menina desacordada nos braços. Eu perguntei o que tinha acontecido, mas ele disse só que ela tinha desmaiado."

A família mora na cidade de Itanhaém e Emilly Valentinna foi encaminhada, primeiramente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe. No local, o padrasto informou que a menina tinha se engasgado com a mamadeira. Durante o atendimento, a avó conta que o médico afirmou que a bebê tinha levado uma pancada na cabeça.

"Eles constataram que ela levou uma pancada, o cérebro já não respondia. Foi aí que chamaram o Conselho Tutelar e a Polícia Militar. Entubaram a minha neta e levaram para o Hospital Irmã Dulce, ela já foi pra lá com traumatismo craniano."

Para a avó, não há dúvidas de que o padrasto agrediu a menina. Segundo ela, a mãe, de 21 anos, trabalhava durante o dia e ele costumava ficar com a bebê, mas a família afirma que nunca percebeu sinais de agressão. O corpo de Emilly Valentinna foi sepultado na tarde desta sexta-feira (13), no cemitério de Peruíbe.

"Ele só fazia isso quandoa minha filha não estava em casa, não percebemos nada. Eu quero justiça. Não vou sossegar enquanto ele não estiver preso. Não foi acidente, ele já entrou em contradição três vezes no depoimento. Pela gravidade, foi como se ele tivesse jogado ela no chão. Tirou a vida de uma criança inocente e isso não vai ficar impune", declarou.

Emilly Valentinna, de 7 meses,pode ter sido vítima de maus-tratos

Reprodução/Facebook

Investigação

O caso foi registrado na Delegacia Sede de Peruíbe e a equipe de investigação do delegado Marcos Roberto da Silva acompanha o caso. O padrasto, assim que soube da denúncia, compareceu à delegacia espontaneamente para prestar depoimento.

Diferente do que disse em um primeiro momento na UPA, quando alegou que a criança havia se engasgado com a mamadeira de acordo com a Polícia Militar, para a Polícia Civil o padrasto disse que a bebê caiu.

Além do suspeito, diversas pessoas já foram ouvidas e o caso continua sob investigação.

Equipe da Delegacia Sede de Peruíbe (SP) acompanha o caso

Addriana Cutino/G1