Disputa por papel higiênico, ameaça de prisão…a rotina de brasileiros pelo mundo com o Covid-19

Disputa por papel higiênico, ameaça de prisão…a rotina de brasileiros pelo mundo com o Covid-19

"Esta situação da idosa que queria um pacote de macarrão no supermercado mostra que esta pandemia faz com que alguns seres humanos msotrem seu lado mais egoísta possível. O lado bom é que sempre tem pessoas que demonstram empatia com os outros. Já vi na internet aqui gente que está oferecendo alimentos estocados para idosos, que não tem condições de sair de casa. Assim conhecemos as pessoas", conta Chiara em entrevista à Banda B nesta segunda-feira (16).

Ameaça de prisão na Itália

A paulista Rafaela Berardo vive hoje na cidade de Garbagnate, a 15 km de Milão, na Itália, país que até este domingo (15) registrava 368 mortes e quase 25 mil casos do novo coronavírus. Ela conta que a cidade está vazia e há regras para circular nas ruas e fazer compras.

Rafaela vive na Itália – Arquivo pessoal

"A cidade está deserta. É impressionante. Poucas pessoas nas ruas e, quando circulam, tem que ter pronta a explicação sobre a razão de estarem fora de casa. Do contrário, podem até ser presas. Fui ao mercado perto de casa e lá só entram 20 clientes de cada vez, sempre com máscara e luvas descartáveis. Na fila do caixa, temos que manter uma certa distância. Shoppings e igrejas estão fechados. Algumas empresas funcionam, mas com várias restrições", conta Rafaela.

Por outro lado, a administradora se emociona a falar da união dos italianos, mesmo das sacadas dos prédios. "Sempre ouvimos alguém cantando nas sacadas e crianças colocam cartazes com desenhos de arco-íris e esperança do lado de fora. Todos acreditam que isso tudo vai passar".

Rosemary em Portugal – Arquivo pessoal

Portugal em quarentena

A brasileira Rosemary Resende, que mora em Évora, capital da região centro-sul de Portugal, conta à Banda B que a quarentena mantém desde sexta-feira (13), boa parte da população em casa. "Estamos obedecendo a determinação de quarentena de um mês sem sair de casa para que se consiga parar o contágio do coronavírus. Escolas, comércio, quase tudo fechou. Esta é a ordem a princípio. Daqui a um mês a quarentena será avaliada pelas autoridades".

Guilhermo em quarentena na Espanha – Arquivo pessoal

Espanha e o temor das fronteiras

O estudante Guilhermo Cossari está na Espanha em um intercâmbio para estudar. À Banda B, ele contou que a maioria dos colegas de curso já foi embora. "Muitos tiveram que voltar para suas casas por ordem das faculdades e outros fizeram isso com medo do fechamento das fronteiras. Nós, brasileiros, estamos aqui aguardando e em quarentena. Na semana passada havia só boato de que tudo ia fechar, mas desde sexta-feira (13), tudo começou a fechar. Só mercado, farmácias e hospitais estão abertos. Mas estamos bem aqui, saudáveis, aguardando o que o governo via dizer".

Marina e o marido Vinicius na Alemanha – Arquivo pessoal

Alemanha e a falta de papel higiênico

A jornalista Marina Sequinel, que vive no sul da Bavária, na Alemanha, diz que todos os estabelecimentos considerados não essenciais estão fechados por lá. Os mercados estão abertos, mas faltam vários produtos.

"Hoje fui a três mercados e não encontrei vários produtos. Papel higiênico, por exemplo, não tem em lugar algum. Tentamos comprar pela internet, mas os preços estão impraticáveis, colocaram lá em cima aproveitando a crise. Nas ruas, quase ninguém. A maioria está trabalhando de casa. Nunca vi nada assim", afirma Marina, que já trabalhou como repórter na Banda B.

Prateleiras vazias nos mercados da Alemanha – Foto: Marina Sequinel

EUA com rodovias quase vazias

O brasileiro Wesley dos Reis, que trabalha em um clube de futebol em Connecticut, nos EUA, a uma hora de Nova Iorque, diz que o clima é de indecisão e muitos não sabem o que vai acontecer.

"As escolas pararam desde a semana passada e as estradas estão praticamente vazias. O que sabemos é que é para evitarmos aglomerações e adotarmos hábitos de higiene o tempo todo, mas as pessoas estão em casa sem saber ao certo o que vai acontecer. É um clima de indecisão. O que sei é que em Nova Iorque a situação é mais radical, com fechamento de bares e restaurantes. A expectativa é que logo descubram uma vacina que possa combater o coronavírus", diz Reis à Banda B.

Estradas nos EUA – Foto Wesley Reis