Servidor de Centro Hospitalar Penitenciário está com suspeita de coronavírus e presos estão isolados após visita em Bauru, diz secretário

Servidor de Centro Hospitalar Penitenciário está com suspeita de coronavírus e presos estão isolados após visita em Bauru, diz secretário

Outro servidor, que atua distante dos presos e dos presídios, também está em isolamento, nesta quinta-feira (19). O secretário de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP), coronel Nivaldo Restivo, afirmou que um grupo de presos de penitenciária em Bauru está isolado e que um servidor do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, na capital paulista, está com suspeita de coronavírus. Outro servidor, que atua distante dos presos e dos presídios, também está em isolamento por suspeita de coronavírus, nesta quinta-feira (19).

De acordo com a SAP, uma visitante do Centro de Progressão Penitenciária I "Dr. Alberto Brocchieri" de Bauru apresentou o quadro de infecção por coronavírus. "Diante da situação a visitante avisou a unidade, pois havia tido contato recente com o preso", diz a nota.

"Sendo assim, mesmo o reeducando se apresentando assintomático, ele e demais presos do pavilhão em que ele se encontra ficaram isolados. A equipe de saúde da unidade está monitorando constantemente os reeducandos".

Segundo o secretário, o recente cenário de aumento de casos de coronavírus em São Paulo ainda não sobrecarregou as enfermarias dos presídios.

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"Não há absolutamente nenhuma sobrecarga. Nós não temos nenhum caso no sistema prisional, quer seja de preso, quer seja de funcionário, de diagnóstico de coronavírus. Nós tivemos recentemente dois casos em Franca, de presos que tiveram sintomas, mas um deles foi de tuberculose e outro com diagnóstico de pneumonia, sem relação com a Covid-19", disse o secretário ao G1.

Restivo afirmou que os protocolos estão sendo seguidos. "É natural que todas as pessoas que apresentem algum sintoma fiquem isoladas. Esse é o procedimento que estamos adotando em relação a servidores, em relação a presos. Em relação a população geral é a mesma orientação", disse.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) divulgou uma nota nesta quinta-feira que "um servidor do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, localizado na Capital e que recebe um número elevado de presos para atendimento, é o primeiro caso confirmado de coronavírus no sistema prisional paulista."

Restivo rebateu a afirmação. "Tomamos conhecimento da irresponsabilidade da divulgação dessas informações. Repito, o próprio secretário de Saúde atesta que não há nenhum caso dessa enfermidade no sistema prisional. O Sifupesp diz que houve um óbito, na verdade foi um óbito por edema pulmonar sem nenhuma relação com consequências dessa doença. É uma informação irresponsável e que leva pânico ao sistema e não contribui com a resolução do problema."

O sindicato afirmou ainda que "há suspeita de contágio de um detento de um dos Centros de Detenção Provisória (CDP) de Pacaembu, no interior paulista".

O secretário voltou a afirmar que "não há nenhum diagnóstico de nenhum preso e de nenhum funcionário com o coronavírus. Todos aqueles que tem suspeita de alguma enfermidade, todos eles estão em isolamento, seguindo as recomendações técnicas dos órgãos de saúde."

"Eles citam o servidor do complexo hospitalar e o servidor está em isolamento, temos um servidor aqui na secretaria que também é suspeito, mas a suspeição decorre de sintoma de gripe, que pode ser qualquer outra enfermidade, é prematuro afirmar que é coronavírus", disse Restivo.

Veja íntegra da nota da SAP

"A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) esclarece que três servidores da Pasta apresentaram sintomas de gripe e ainda aguardam laudos de exames. Os servidores pertencem ao Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros e Centro de Detenção II de Pacaembu e ao Centro Hospitalar Penitenciário. Ressaltamos que na Penitenciária "AEVP Cristiano de Oliveira" de Flórida Paulista, um funcionário, por precaução, permanece em sua residência por ter reportado à direção da unidade que teve contato recente com uma pessoa estava com o coronavírus. Até o momento, ele não apresenta quaisquer sintomas."

Saídas temporárias suspensas

O secretário disse que a decisão de suspender as saídas temporárias será apenas no período determinado entre os dias 17 e 23 de março. "Nós temos quatro períodos de saída em São Paulo. As outras saídas temporárias, se houver necessidade de prevalecer os motivos que prevaleceram para essa suspeição, sofrerá uma nova análise."

Regras novas para visitas em presídios

A SAP decidiu nesta quinta-feira proibir a visita de crianças e adolescentes e de pessoas acima de 60 anos a presos de todas as 176 unidades prisionais do estado de São Paulo. A medida faz parte do conjunto de normas do governo estadual para combater o coronavírus e já começa a valer a partir deste fim de semana, segundo a resolução publicada no Diário Oficial do Estado.

"Hoje publicamos uma resolução. Neste fim de semana será um visitante por preso, este visitante não poderá estar no grupo de risco, não pode ser menor de idade. Faremos triagem nas entradas para detectar quem tiver sintomas de alguma enfermidade e proibir o ingresso dessa pessoa na unidade, essa medida tem duração de 15 dias, que pode ser renovada, revogada ou cancelada. Ao final de 15 dias avaliaremos a necessidade de continuar ou não com a medida", disse Restivo.

Sobre fugas

Pelo menos 1.379 presos fugiram de quatro unidades prisionais do estado de São Paulo durante rebeliões, na segunda-feira (16), contra decisão da Justiça em suspender a saída temporária de mais de 34 mil detentos para evitar risco de contágio pelo coronavírus.

"As fugas ocorreram em razão do descontentamento dessa população carcerária pela suspeição das saída temporárias de março, as unidade do regime semiaberto são caracterizadas pelo senso de autodisciplina do preso do que por uma barreira, não há muralha, é tela, os vigilantes que fazem vigilância, não fazem o trabalho armados", disse Restivo ao G1.

Ele afirmou ainda que está reforçando a segurança nas unidades prisionais para evitar novas fugas. "A gente está adotando providências para evitar essas fugas."

Mortes por coronavírus em São Paulo

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou nesta quinta-feira a quinta morte pelo coronavírus em São Paulo. O paciente é um homem de 77 anos, com comorbidade, que residia na capital paulista e estava internado em um dos hospitais da rede Prevent Senior.

A operadora de saúde informou que em sua rede há 33 pacientes na UTI, sendo que 12 tiveram exames confirmados para a doença Covid-19. Os outros 21 aguardavam o resultado do exame até a última atualização desta reportagem.

Em nota, a Prevent Senior diz ainda que há 90 pacientes "em acomodação apartamento, sendo 16 positivos para Covid-19 e 74 aguardando resultado do exame".

O estado de São Paulo tem 286 casos confirmados do novo coronavírus e 7.669 suspeitos, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde nesta quinta-feira (19). O número de confirmados aumentou 19% em relação ao balanço anterior, divulgado na quarta (18).

Dentre os 286 pacientes, 4 residem em outros estados, mas tiveram a confirmação em São Paulo, e 2 vivem em outro país. A maior parte dos casos (259) está na capital, mas há casos confirmados em outros 16 municípios.

Ao todo, país vai a 7 casos de morte em decorrência do Coronavírus no Brasil. No Rio de Janeiro, duas mortes foram confirmadas nesta quinta-feira (19).

Casos confirmados pela Secretaria de Saúde

As três mortes confirmadas na quarta (18) são de homens, com problemas de saúde anteriores e idades de 65, 81 e 85 anos, segundo o órgão. Todos foram atendidos em hospital privado da capital paulista. O paciente de 81 anos é morador do município de Jundiaí e os demais de São Paulo.

O primeiro caso no Brasil de morte de pessoa infectada pelo novo vírus (Sars-Cov-2) foi confirmado nesta terça-feira (17) na capital paulista. Já no começo da tarde desta quarta-feira (18) outras duas mortes foram registradas por uma rede de hospitais particulares de São Paulo, e os registros foram confirmados pela secretaria.

O estado de São Paulo também registra 240 casos confirmados da doença, segundo balanço desta quarta-feira (18). Trata-se de um aumento de 46% em relação ao balanço anterior, que confirmava 164 casos.

Desses 240 casas, 214 estão na cidade de São Paulo, 6 em São Caetano do Sul, 6 em Santo André e 3 em São Bernardo do Campo.

Osasco, Ferraz de Vasconcelos, Cotia, Barueri, Guarulhos, Mauá, Santana do Parnaíba, São José dos Campos, Campinas, São José do Rio Preto e Jaguariúna registram um caso confirmado cada.

Número de pacientes com a Covid-19 chega a 533, segundo estados

O balanço desta quarta-feira (18) registra as primeiros casos do novo coronavírus no interior do estado. Até o balanço anterior, todos os registros estavam restritos a cidades da Grande São Paulo.

Em todo o Brasil são 512 pessoas infectadas, segundo as secretarias estaduais brasileiras. O boletim do Ministério da Saúde desta quarta-feira aponta 291 pacientes infectados.

Primeiro caso

O estado de São Paulo registrou o primeiro caso no Brasil de morte pelo novo coronavírus nesta terça-feira (17). A primeira vítima é um homem de 62 anos que estava internado no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Senior, no Paraíso, na capital paulista.

A vítima morava na cidade de São Paulo e tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos e que pode causar infecções urinárias.

Segundo o infectologista David Uip, a vítima teve os primeiros sintomas da doença no dia 10 de março, sendo internada quatro dias depois, dia 14, e falecendo às 16h03 desta segunda-feira (16).

João Doria anuncia medidas contra o avanço do coronavírus

"Infelizmente o ocorrido foi o primeiro óbito aqui. Um homem morador de São Paulo internado num hospital privado e o diagnóstico de coronavírus foi feito também por um laboratório privado. Ele veio a óbito ontem 16h03 e não tem histórico. Fomos informados oficialmente hoje às 10h. Existem quatro outros óbitos neste mesmo serviço particular que estão sendo investigados. Assim que tivermos informações sendo ou não coronavírus vamos informá-los", afirmou David Uip.

O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, informou que o homem não tinha histórico de viagens ao exterior e está sendo tratado como caso de transmissão comunitária do vírus.

"Temos que repensar cada vez mais as medidas de prevenção, principalmente por se tratar de um óbito comunitário", declarou o secretário.

De acordo com estimativa do secretário estadual de Saúde paulista, José Henrique Germann, 20% dos pacientes registrados com coronavírus em SP estão em estado grave na UTI.

Autoridades anunciam primeira morte causada por coronavírus no estado de São Paulo.

Reprodução/TV Globo

Revisão de protocolos

Para o infectologista David Uip, a morte do primeiro paciente está levando as autoridades paulistas a rever os entendimentos sobre os períodos de evolução da doença nos pacientes graves.

"Foi uma evolução rápida, da internação ao óbito. O caso desse [primeiro] paciente está fazendo a gente entender como se comporta a doença. Nós imaginávamos que o período de encubação da doença era de até 14 dias, mas a média está sendo de 6 a 8 dias até a doença se manifestar. Vamos inclusive sugerir ao Ministério da Saúde que diminua o tempo de quarentena de até 14 dias para dez", disse Uip.

Sepultamentos

Na entrevista coletiva também foi esclarecido como será o trabalho dos agentes funerários durante o sepultamento de vítimas do coronavírus em São Paulo. No caso dos velórios, a orientação, segundo o secretário da Saúde, é de fechar o caixão para evitar o contato das pessoas. Caberá ao serviço de verificação de óbito liberar os corpos e já existe um protocolo específico para isso, segundo Paulo Menezes, coordenador do comitê de operações emergenciais (COE) da Secretaria Estadual de Saúde.

"A orientação é colocar o corpo num saco plástico, fechar e limpar externamente o saco com álcool, que é uma substância muito eficiente contra o coronavírus", declarou Menezes.

Com o aumento do número de mortes ao redor do mundo, vários países já estabeleceram protocolos de segurança com relação aos mortos. A China proibiu funerais, assim como a Itália. A Espanha recomenda velórios sem aglomeração de pessoas, assim como o Ministério da Saúde do Brasil.

"Este óbito, infelizmente outros virão, não devem criar pânico na população. Essa é uma circunstância de quem lida com doente grave e muitas vezes a gripe se torna uma doença grave, a semelhança com a influenza. Nos EUA tem uma média de 30 mil óbitos por influenza por ano. Esperamos que não tenha mais nenhum óbito em São Paulo, mas a contingência de lidar com doentes graves implica em ter perdas, então isso não muda nada no estado a forma de entender a epidemia. E não deve chegar a população como algo inesperado e criar uma situação de pânico porque não é assim", afirmou o infectologista Davi Uip.

SP tem estoques baixos de sangue e precisa de doadores

Doações de sangue

Ao informar sobre a primeira morte de paciente como coronavírus, o governo do estado de São Paulo fez um alerta e um pedido à população da cidade de São Paulo para que façam doações de sangue pois, segundo o coordenador de Centro de Contingenciamento para o Coronavírus em São Paulo, o médico David Uip, os bancos da capital estão "praticamente vazios".

"Eu preciso dar um informe, que preciso de muito apoio de vocês: os nossos bancos de sangue estão praticamente sem sangue. O banco de sangue que tem mais sangue, tem sangue hoje para praticamente uma uma semana", declarou.

O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus deve durar "de quatro a cinco meses". No entanto, as medidas restritivas adotadas pela administração estadual, como a suspensão das aulas e a restrição de eventos (leia mais abaixo), não devem ser aplicadas durante todo este período.

Medidas de contenção do vírus

A pandemia de coronavírus que atingiu o Brasil tem levado o governo e a prefeitura de São Paulo a tomarem uma série de medidas para impedir aglomeração de pessoas. O governador João Doria anunciou nesta quarta-feira (18) o fechamento de todos os shoppings centers e academias da capital paulista e da região metropolitana de São Paulo para deter a propagação vírus. Ele também recomendou a suspensão de missas e cultos na Grande SP para conter o coronavírus.

Os shoppings têm até a próxima segunda-feira (23) para fechar as portas e o fechamento deve durar preliminarmente até o dia 30 de abril. A medida não se aplica a shoppings do interior e do litoral, apenas da Grande São Paulo, segundo o governo. Por meio de nota, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP) informou que irá cumprir integralmente a determinação dos governos estaduais quanto ao fechamento dos shoppings até a data estipulada.

A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, proibiu o funcionamento do comércio a partir de sexta-feira(20). Apenas serviços essenciais e de alimentação continuarão funcionando, como supermercados, padarias, farmácias, restaurantes, postos de gasolina, lojas de conveniência e de produtos para animais, além de feiras livres. O resto do comércio deve paralisar as atividades até 5 de abril.

Segundo o prefeito Bruno Covas, a medida não afeta os estabelecimentos de serviços da capital paulista e nem as praças de alimentação, supermercados, bancos e outros serviços que funcionam dentro dos shoppings. Porém, as lojas desses shoppings centers da capital deverão ser fechadas.

Vacinação em SP

O governo paulista também anunciou que a vacina contra a gripe será oferecida gratuitamente em farmácias a partir do dia 13 de abril. A campanha de vacinação contra o vírus influenza começa na próxima segunda-feira (23) nos postos de saúde. A vacina contra a gripe não protege contra o novo coronavírus, mas médicos destacam que é importante que a população esteja imunizada contra a gripe comum para facilitar o diagnóstico do novo vírus.

"Nas farmácias, a vacinação será gratuita e válida a partir do dia 13 de abril e nos postos de saúde a partir do dia 23 de março", disse o governador João Doria em coletiva.

Ciclo do coronavírus

Foto: Arte/G1

Guia de isolamento domiciliar por causa do novo coronavírus

Arte/G1

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