"Ainda não há previsão para chegarmos a fase de teste da vacina em humanos", diz pesquisador da UFPR

 

Maltempi revelou que, nas próximas semanas, falsas partículas do vírus já devem estar prontas para serem aplicadas em testes nos animais. No entanto, isto não significa que os testes em humanos estarão prontos para serem realizados. O presidente relembrou que existem três fases importantes durante a fase clínica, ou seja, as aplicações em humanos.

"A primeira fase são testes em poucas pessoas para verificarmos se há graves problemas com o produto, e principalmente, se ele permite a imunização. Na segunda fase, a gente usa dezenas e centenas de pessoas. Faremos testes de segurança e testes de produção de anticorpos. E na terceira, são os testes em locais onde a doença atua em muitas pessoas. O objetivo é avaliar a eficiência da vacina e descobrir se vacina protege as pessoas em um ambiente natural", destacou.

Uma vez passada todas estas fases, ainda haveria a aprovação das agências regulatórias. Sendo aprovada, ela finalmente poderia ser produzida e distribuída em massa. "Normalmente, este processo duraria anos. Mas, com a COVID-19 este processo foi abreviado. Até o final do ano, a vacina de Oxford, a vacina americana e pelo menos uma chinesa já devem estar no mercado. No Brasil, nós trabalhamos com o horizonte de 24 meses, para obter um resultado final", afirmou Maltempi.

COVID-19 no Paraná

Maltempi explicou o sistema que a UFPR adotou para determinar em qual parâmetro o vírus está no estado. O chamado número de reprodução do vírusindica o estágio da velocidade de infecção da comunidade. Desde o dia 20 de abril, este número está maior do que 1 no Paraná.

"Por exemplo, se o número for 2, cada pessoa infectada transmite o vírus a mais duas pessoas. Estas duas, transmitem a mais quatro. Estes quatro a mais oito, e assim por diante. Se o número for abaixo de 1. Cada pessoa infectada transfere o vírus para menos de uma pessoa. Isto significa que a doença está desaparecendo", comentou.

Para Maltempi, a realidade do estado não é boa. "A gente tem visto que o interior tem ficado em uma situação pior do que a capital. Até abril, era o inverso. Só que isto não significa que a situação na capital esteja boa", destacou.

Recado

O pesquisador aproveitou o momento para destacar a importância da Universidade em um momento como este. "Estes dois tópicos que a gente abordou aqui são uma gota no oceano do que a Universidade faz. Mas, temos especialistas de todas as áreas que não trabalhavam com o coronavírus. Na hora que o vírus apareceu, todos passaram a contribuir", apontou.

Ainda ressaltou as regras básicas que são ditas desde o inicio da pandemia para evitar o contágio do coronavírus. "A doença só passa de uma pessoa para uma pessoa. Nós precisamos respeitar o distanciamento social. Então, se as pessoas realmente respeitarem as regras. A chance do coronavírus passar de uma pessoa doente ou assintomática para alguém sadio são muito baixas. Se a gente prestar atenção na forma que nos relacionamos com as pessoas, modificar os nossos costumes, a gente é capaz de bloquear a doença", pontuou.