Com mais casos, mas menos necessidade de internamentos, Curitiba segue na bandeira amarela
"Número de casos, isoladamente, não é o suficiente para impactar numa mudança de bandeira, pois é o único dos nove indicadores do painel que está em vermelho até agora", explica Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. "Os outros de maior peso, como número de óbitos e ocupação de leitos, seguem estáveis", complementa.
Cenário da semana
O sistema de monitoramento da covid-19 foi instituído em Curitiba em 9 de junho. Nele são avaliados nove indicadores, divididos em dois grupos: nível de propagação da doença e capacidade de atendimento da rede.
De acordo com Oliveira, o cenário de bandeira amarela resulta da capacidade de resposta dos serviços de saúde de Curitiba frente à demanda por atendimento.
"Só uma explosão de casos, num patamar acima de mil por dia, pode levar a uma mudança de bandeira", prevê o diretor.
Internamentos em queda
Alcides lembra que os internamentos de casos confirmados de covid-19 estão caindo, de 14% para 11%. Isso quer dizer que menos pessoas infectadas estão precisando ser internadas e menos internados morrem.
Na avaliação do diretor, a melhora não é espontânea, está relacionada com a experiência adquirida pelas equipes médicas no manejo dos pacientes, uso de alguns medicamentos que demonstraram eficácia quando administrados no momento certo e, principalmente, o monitoramento por oximetria (nível de oxigenação do sangue) de pessoas de grupo de risco.
"Isso não quer dizer que estamos confortáveis, o vírus não foi embora, continuamos em estado de pandemia olhando atentamente os dados e qualquer alteração nos demais indicadores pode levar a uma mudança de bandeira. Por isso a população precisa reforçar ainda mais os cuidados de proteção.
Aumento entre jovens
Entre os novos casos registrados nesta semana em Curitiba, de um patamar de 300 para 700, chama a atenção o aumento de resultados positivos entre jovens. Na faixa de 20 a 29 anos, o aumento é 25%, e entre 30 e 39 anos, de 30%. Nas demais faixas etárias a variação é de cerca de 7%.
"Esses novos registros são resultados de amostras coletadas entre seis e dois dias atrás, coincidindo exatamente com o feriado de Finados e o período de incubação do vírus", explica Oliveira.
A preocupação do especialista é com o final do ano, período tipicamente de alta circulação de pessoas.
"Isso sim nos preocupa e dependendo do comportamento descuidado das pessoas pode alterar significativamente os indicadores do painel e levar a uma mudança de bandeira, com mais restrições", alerta.
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