Anvisa faz inspeção em fábrica da Sputnik e planeja reunião com OMS e agência russa sobre vacina

Anvisa faz inspeção em fábrica da Sputnik e planeja reunião com OMS e agência russa sobre vacina

“A empresa informou à Anvisa que esse processo ainda não foi concluído”, completa a agência, em nota.

Nos últimos dias, a Anvisa e a União Química têm feito uma série de reuniões para discutir a situação da vacina Sputnik V. As agendas ocorrem em meio à pressão de dirigentes da empresa e de governadores para que o órgão libere o imunizante para uso emergencial.

Regras da Anvisa, no entanto, apontam a necessidade de estudos clínicos no Brasil para que isso possa ocorrer. Técnicos da agência também têm apontado que faltam dados sobre a vacina em outros países, o que dificulta a análise.

A produção da vacina a partir de setembro, antes da conclusão de todos os testes e da divulgação dos resultados que comprovem eficácia e segurança, gerou críticas de especialistas, além de desconfiança por causa da falta de transparência dos dados.

Na tentativa de obter essas informações, a agência pretende agora fazer uma reunião com a OMS e a agência russa. A data deve ser confirmada nos próximos dias.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um outro encontro também foi feito com representantes da Argentina, que aprovou o imunizante para uso emergencial.

Nesta segunda (25), o presidente da União Química, Fernando Marques, disse que pretende iniciar imediatamente os testes da fase 3 da vacina Sputnik V no Brasil após a liberação da Anvisa. O objetivo desses testes é verificar dados de segurança e eficácia da vacina. Ainda não há previsão, no entanto, de quando isso deve ocorrer.

Um pedido para aval a esses estudos chegou a ser feito à Anvisa em 31 de dezembro. Pouco depois, a agência informou que faltavam “informações essenciais” para a liberação. Desde então, há discussões com a agência para levantar esses dados, mas os documentos ainda não foram apresentados.

Em meio a esse processo, a União Química fez um pedido de uso emergencial da vacina em 15 de janeiro. A Anvisa, porém, devolveu o pedido à empresa um dia depois porque ele não atendia aos critérios mínimos para aprovação, como ter estudos clínicos de fase 3 no país. Também faltavam dados de boas práticas de fabricação, segundo a Anvisa.