Variante Ômicron: vacinação no continente africano é de apenas 7%



O surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus, identificada originalmente no sul da África, colocou o mundo, mais uma vez, em estado de alerta. O continente tem apenas 7% da população com o ciclo vacinal completo, o que preocupa especialistas em saúde pública, pelo risco de a nova versão do vírus se espalhar na região, com celeridade.

Vacinação na África

“Quando a cobertura vacinal é baixa, menos pessoas estão protegidas, maior é a circulação do vírus na comunidade e maiores são as chances de as pessoas serem infectadas e adoecerem”, explica a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai.

A médica afirma que o surgimento de novas variantes é esperado enquanto o vírus tiver espaço para circular. “Quanto maior é a circulação do vírus, maior é também a chance de uma nova variante aparecer. É muito claro para todo mundo, e isso já foi repetido diversas vezes”, afirma Ballalai. “Na África do Sul, a cobertura vacinal é baixa e a circulação do vírus vem ocorrendo de maneira robusta”, completa.

Na sexta-feira (26/11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Ômicron como uma variante de preocupação, devido às características encontradas na cepa. Ela possui mais de 50 mutações, 32 delas apenas na proteína spike, na qual o vírus faz a ligação com as células humanas para infectá-las.

A OMS classifica como variantes de preocupação as cepas que podem mudar o curso da pandemia. As consequências da disseminação desses microrganismos incluem o aumento da transmissibilidade do vírus, a possibilidade de torná-lo mais virulento ou a ameaça às medidas de controle conhecidas, como as vacinas e os medicamentos disponíveis. No caso da Ômicron, a entidade ressalta a necessidade de que os países aumentem a vigilância epidemiológica e de que a comunidade científica direcione estudos para obter mais informações.