Governo desiste de exigir receita médica para vacinar crianças contra Covid
Mas o Ministério da Saúde resolveu adiar a decisão de incluí-las na campanha nacional para esta quarta, depois de elaborar uma consulta pública – encerrada no domingo (2) – sobre o tema. No questionário, que recebeu críticas de sociedades médicas e científicas, a maioria dos participantes já havia rejeitado a obrigatoriedade de prescrição médica para vacinar crianças.
“Tivemos, senhores, 99.309 pessoas que participaram nesse curto intervalo de tempo no qual documento esteve para consulta pública. Sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade de prescrição médica no ato de vacinação”, disse ontem a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo.
Mesmo com o aval da Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já se manifestou contra a vacinação de crianças contra a Covid-19 em diversas ocasiões. Em 16 de dezembro, durante uma de suas lives semanais, ele anunciou ter pedido os nomes dos técnicos da agência responsáveis por aprovar a vacina ao público infantil, dizendo querer “divulgar o nome dessas pessoas”.
Três dias depois, durante conversa com apoiadores em Praia Grande (SP), Bolsonaro voltou a criticar a Anvisa, questionou supostos efeitos adversos da vacina – sem, no entanto, apresentar dados – e repetiu ser a favor da “liberdade” de não se vacinar, ainda que isso represente um risco a outras pessoas.
“Nem a tua [vacina] é obrigatória. É liberdade”, afirmou. “Criança é uma coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável.”