Após matérias da Banda B, líder de caminhoneiros discute com ministro pelo WhatsApp e diz que categoria vai parar se nada for feito; veja prints
Dedeco diz que entrou em contato com Tarcísio porque leu a reportagem no portal da Banda B em que ele dizia não ver risco de greve de caminhoneiros.
“Quero dizer que ele está por fora. Ele não tem um pingo de ciência do que está acontecendo nos bastidores. Daqui para segunda-feira ele vai ver muita coisa acontecendo. Ele fez intermediações com outros grupos e resolveu questões locais. Ele pode fazer de novo desta vez, mas desta vez a pauta não é só dos caminhoneiros, mas de todos os brasileiros”, disse Dedeco ao Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
Na interação, o ministro ouviu do caminhoneiro que a política de preços praticada pela Petrobras vai atingir os mais pobres, que o governo Jair Bolsonaro (PL) só repassa responsabilidades e que os caminhoneiros vão parar se nada for feito.
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Em resposta, Tarcísio disse que acha muito correto que os caminhoneiros parem de carregar para forçar os embarcadores e transportadores a repassar para os fretes o custo do aumento do diesel.
O ministro disse que o governo federal estuda o subsídio ao diesel e comemorou a aprovação no Senado do PLP 11/2020, que estabelece cobrança única de ICMS.
“Isso tem o poder de diminuir 50, 60 centavos no preço do litro”, escreveu o ministro.
“Se o problema fosse simples, já estaria resolvido. Vontade não falta. Um fundo estabilizador tem um custo de dezenas de bilhões. Insuportável para as contas. Se você não trabalha com paridade, você arrebenta com os importadores e gera desabastecimento. O Brasil importa derivados. É complexo”, completou.
Dedeco então escreveu que o governo federal não assume responsabilidade pelos problemas, só as repassa.
Tarcisio então respondeu que respeita a opinião, mas muitos pensam diferente.
“Fico chateado de ver aumento de combustível. Ninguém quer. O que pode ser feito, está sendo feito. Não é minha área. Só tento ajudar”, concluiu.
Em nota, a assessoria de imprensa do Ministério da Infraestrutura afirma que Tarcísio “mantém canal aberto com a categoria e já defendeu abertamente, inúmeras vezes, que as principais questões que afetam o setor hoje são correlatas ao próprio mercado. Neste sentido, cabe aos próprios trabalhadores dialogar entre si para buscar as melhores soluções.”