Confinamento na China ameaça 5G com atraso de até dois meses no Brasil

Confinamento na China ameaça 5G com atraso de até dois meses no Brasil

O grupo é comandado pelo conselheiro da Anatel Moisés Moreira e conta com representantes do setor responsáveis pelo início do 5G no país.

As teles, que terão de construir as novas redes, afirmam que houve atraso no envio de equipamentos de rede e dos filtros capazes de blindar a nova faixa de frequência de interferências devido ao confinamento.

Frequências são avenidas no ar por onde as operadoras fazem trafegar seus sinais. Fora deles ocorrem interferências.

Na próxima semana, o conselho diretor da Anatel deve se reunir, em caráter extraordinário, para avaliar a medida. Pessoas que participam das discussões afirmam que, dificilmente, haverá resistência para o prazo adicional.

Caso acate a recomendação, a Anatel permitirá que cada capital estadual adote um cronograma diferente com prazo máximo para início da operação no final de setembro.

Isso, no entanto, não impede que, caso haja condição técnica, o serviço comece antes ou até mesmo no prazo inicialmente definido.

O 5G considerado pela Anatel, no entanto, não se refere ao que já vem sendo oferecido pelas operadoras.

O chamado 5G “puro sangue” terá de ser prestado em uma rede totalmente nova e nas faixas de frequência de 3,5 GHz (gigahertz) –hoje exploradas pela radiodifusão e por satélites.

O prazo para a liberação dessa faixa era, originalmente, 30 de junho e o do cumprimento das primeiras metas de obrigação pelas operadoras era 31 de julho –justamente a ativação de antenas na proporção de uma para cada 100 mil habitantes nas 26 capitais e no Distrito Federal.

A China é o principal fornecedor de equipamentos para a rede 5G e a Huawei, seu maior fabricante. Ela mantém contratos com as maiores operadoras no Brasil para fornecimento de insumos.

O país, no entanto, voltou a restringir e confinar milhões de pessoas em seu território para tentar conter os novos surtos de Covid no país.

Com uma média móvel de casos de aproximadamente 22 mil, o governo asiático tenta limitar ao máximo a circulação das pessoas, a fim de atingir o seu objetivo de “Covid zero”.

Com isso, megalópoles como a capital, Pequim, com 21,5 milhões de pessoas, e Xangai, a maior cidade do país, com 25 milhões, impuseram lockdown e rastreamento de contatos para tentar reduzir novos casos e mortes.