Hidrômetro: saiba as funções e os detalhes do aparelho nas versões analógica e digital

Hidrômetro: saiba as funções e os detalhes do aparelho nas versões analógica e digital

Seguindo diversas normas e especificações, os medidores de volume de água cumprem importantes papéis na rotina do imóvel e da concessionária. Medidor, relógio, padrão. São muitos os sinônimos utilizados para se referir ao hidrômetro, o instrumento - instalado pela concessionária de água e esgoto - que mede o volume de água consumido por um imóvel.

Águas Guariroba

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Além de vários sinônimos, o hidrômetro também tem várias funções. O aparelho pode ser muito útil para ajudar a detectar vazamentos e a estimar as perdas entre a produção e a distribuição de água, por exemplo, além de ter várias curiosidades interessantes.

Conversamos com o coordenador do laboratório de hidrômetros da Águas Guariroba, Julio Ramires, para entender melhor todas as funções e detalhes sobre esse aparelho. Confira:

Modelos

Existem dois modelos de hidrômetros disponíveis:

Os analógicos são os mais comuns e funcionam por meio de uma engrenagem mecânica.

Os digitais, que desde 2014 vêm sendo instalados, tanto em novas ligações quanto na substituição daqueles hidrômetros analógicos que atingiram o limite e tiveram que ser trocados.

Em ambos os modelos, a fabricação, a especificação e a instalação dos hidrômetros obedecem às normas técnicas e portaria dos órgãos responsáveis, que são a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – e o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia.

Vida útil

Ao contrário do que muita gente pensa, a vida útil de um hidrômetro analógico não é medida pelo tempo que ele está instalado e sim pelo volume de água acumulado. É claro que uma coisa tem relação com a outra, afinal, quanto mais tempo o hidrômetro está instalado, maior o volume de água registrado, mas Julio faz uma comparação com a qual fica fácil entender.

"Os pneus do carro de uma pessoa que faz o uso pessoal, rodando apenas dentro da cidade, demora para atingir a quilometragem indicada para a troca do pneu, vamos colocar aí de 4 a 5 anos. Já um taxista roda bem mais no dia a dia e atinge esse limite da troca mais rápido, precisa trocar os pneus a cada 6 meses, por exemplo. É exatamente o que acontece com os hidrômetros. Os imóveis que consomem mais água terão que trocar os hidrômetros mais rápido", explica.

Atualmente, uma das regras do programa de manutenção preventiva é que hidrômetros que têm de 1.200 metros cúbicos acumulados pra cima já sejam substituídos por novos.

Já a vida útil dos hidrômetros digitais têm ligação com a duração da bateria, que é de litium e costuma durar, em média, 12 anos. "Como ele é digital, não tem engrenagem, então não tem desgaste. O que vai determinar a vida útil do hidrômetro digital é a bateria mesmo", explica Julio.

Aparelhos são testados e supervisionados por funcionário da Águas Guariroba.

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Leitura

É bem simples entender como é feita a leitura e todas as demais informações que o hidrômetro pode nos dar.

Nos analógicos, tanto para efeito de leitura do consumo quanto para o faturamento da empresa, são contabilizados apenas os dígitos pretos, que registram os metros cúbicos consumidos. Os dígitos vermelhos registram unidade, dezena e centena e são lidos apenas quando são feitos os testes em bancada com o INMETRO para verificar a calibração do aparelho.

Nos medidores digitais, basta ver a sequência numérica que aparece na tela, considerando os três primeiros dígitos. Outras informações importantes também fornecidas pelos hidrômetros digitais são a previsão de até quando a bateria vai durar e irregularidades, como cano vazio, fluxo reverso e até vazamentos.

Saiba como fazer a leitura do seu hidrômetro.

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Vazamentos e submedição

Com mais de 15 anos de experiência, Julio relata as situações nas quais é mais comum identificar um vazamento.

A primeira delas é quando os moradores do imóvel viajam por um período longo ou a empresa fecha para férias coletivas, ou seja, uma mudança de rotina que reduziria consideravelmente o consumo. "Quando chega a conta de água referente àquele período e a conta não baixou, pode investigar que tem vazamento. Algumas pessoas desconfiam que o medidor esteja adulterado ou descalibrado, mas em 99% dos casos existe um vazamento", afirma Julio.

Por isso Julio recomenda que se instale um outro registro na parte de dentro de casa. "O registro da caixinha é de uso da concessionário e como é de material plástico, ele se desgasta. A família vai viajar, por exemplo, fecha só o registro do lado de fora achando que está tudo certo, mas se o material estiver desgastado, mesmo com o registro fechado pode passar fluxo de água e, se houver vazamento, vai continuar vazando", reforça.

Um outro caso bem comum é quando o hidrômetro analógico atinge o limite de 1200 metros cúbicos e é feita a troca do aparelho. Pode acontecer de a próxima conta vir mais alta do que estava vindo. Julio explica que o antigo hidrômetro estava tendo submedição. Mas o que é isso?

"A leitura acumulada é o que causa o desgaste do hidrômetro. Quando ele está desgastado, o sensor de fluxo de água, que é aquela borboletinha que fica girando, pode não captar pequenos fluxos, como os de vazamento, por exemplo. É como se aquele aparelho não "enxergasse" aquele vazamento. Quando ele é substituído, esse aparelho novo e calibrado passa a "enxergar" todos os fluxos, mesmo os menos intensos, e se registra, a concessionário passa a cobrar", explica.

E é essa a principal diferença entre os hidrômetros analógicos e os digitais: como os digitais não têm engrenagens para desgastar, eles não descalibram nunca, são precisos da 1ª até a última medição.

Para identificar vazamentos com mais facilidade, Julio recomenda que se tenha a seguinte rotina pelo menos uma vez por mês: logo pela manhã, a primeira pessoa da casa que levantar, antes de abrir qualquer torneira, verificar se o sensor de movimento está parado. Se estiver girando, é indicação de vazamento.

Conferência

Conferir a calibração do hidrômetro faz parte da rotina do Laboratório de Hidrômetros. De acordo com Julio, por mês, são realizados cerca de 330 testes na bancada, todos acompanhados por um técnico do INMETRO.

Quando o leiturista identifica algo de estranho no hidrômetro ou quando o cliente acredita que o aparelho do seu imóvel está descalibrado, o hidrômetro é retirado na presença do cliente, lacrado com protocolo (que é entregue ao cliente) e enviado ao laboratório. Enquanto isso, um novo hidrômetro é instalado no lugar.

Se o cliente quiser, ele pode acompanhar os testes, que duram em torno de uma hora e meia. Em até cinco dias, o INMETRO disponibiliza um laudo dizendo se aquele aparelho está "aprovado" ou "reprovado".

Essa aferição tem um custo: R$ 40,46. Se o hidrômetro for aprovado pelo INMETRO, ainda haverá o valor de R$ 225 a ser cobrado do cliente pela substituição do aparelho.

Dicas

Quase 50% do consumo de água de uma casa acontece dentro do banheiro, por isso vale sempre colocar em prática as atitudes conscientes para não desperdiçar água: desligar a torneira enquanto estiver escovando os dentes ou fazendo a barba, fechar o chuveiro enquanto lava os cabelos e evitar tomar banhos muito demorados.

Cuide e conserve seu hidrômetro, mantendo os lacres intactos.

Para facilitar o trabalho do leiturista, mantenha o acesso ao hidrômetro livre.

Laboratório de Hidrômetros

A Águas Guariroba possui um laboratório de hidrômetros, localizado na ETA Guariroba, que é o responsável pelos hidrômetros instalados em cada imóvel de Campo Grande. Neste laboratório os aparelhos usados recebem manutenção e são realizados ensaios que garantem a condição de uso, conforme determinam normas e portarias. Todo o trabalho é supervisionado por um fiscal do INMETRO. Para tirar dúvidas e obter mais informações, entre em contato pelo 0800 642 0115 (telefones fixos) ou 115.

Laboratório de hidrômetros da Águas Guariroba, onde são realizados testes que garantem a condição de uso dos aparelhos.

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