Operação cumpre 18 mandados de prisão a suspeitos de comandarem "Tribunal do Crime" de facção em MS

Segundo Polícia Civil, envolvidos são suspeitos de serem responsáveis pela morte de duas jovens, em agosto e setembro deste ano, após "julgamento" pelo tribunal da facção. Operação Halloween, iniciada nesta quinta-feira (31), cumpre 18 mandados de prisão e busca e apreensão.

Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil em Três Lagoas, a 326 quilômetros de Campo Grande, iniciou na manhã desta quinta-feira (31) a Operação Halloween, que teve como finalidade cumprir 18 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão. A operação é um desdobramento das investigações do homicídio de Érica Rodrigues Ribeiro, de 29 anos, ocorrido no dia 3 de setembro deste ano. A principal suspeita do crime, uma mulher de 23 anos que seria conhecida como "viúva negra" na facção, foi presa em São Paulo, no dia 8 de outubro.

Segundo a Polícia Civil, a execução seria organizada por integrantes de uma facção criminosa e teria sido ordenada após Érica Ribeiro supostamente ter abusado sexualmente uma menina de 8 anos de idade. Durante a investigação foram identificadas 19 pessoas envolvidas, sendo 13 integrantes da facção. Ao todo foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva. Todos tiveram participação no "julgamento" e execução da vítima.

Perícia no local onde Érica foi encontrada morta.

André Barbosa/ TV Morena

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o crime foi transmitido por conferência telefônica, com a participação de pessoas distribuídas por todo o Estado, com funções de comando dentro da facção. Durante as investigações, a equipe da Polícia Civil apurou que boa parte das pessoas envolvidas no julgamento e execução do crime também estão envolvidas no homicídio de Daniele Pereira Magalhães, de 17 anos, ocorrido em 27 de agosto deste ano, na cidade de Corumbá.

Conforme a Polícia Civil, há indícios de um outro Tribunal do Crime para julgar Daniele, pois, de acordo com as investigações, a jovem estava sendo acusada de ser simpatizante de uma facção rival. Além da Polícia Civil de Três Lagoas, a operação conta com apoio da Polícia Militar, Polícia Federal e Polícias de Bataguassu, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Corumbá, Água Clara e Dracena, em São Paulo.