Otan mantém treino de guerra nuclear e desafia a Rússia

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O exercício da Otan é conhecido pelo nome de Steadfast Noon (meio-dia com firmeza), de forma informal -pelo padrão da aliança, que usa as iniciais em inglês das manobras, ele sugere um exercício do Supremo Comando Aliado na Europa (daí o “s”) com forças nucleares (daí o “n”, embora isso não esteja previsto no manual).

Nele, caças e bombardeiros com capacidade nuclear são mobilizados, com apoio de aviões-tanque e de vigilância, nas bases europeias com bombas táticas B61, de menor potência e semelhantes às que Moscou tem em grande quantidade. Há uma dessas na Alemanha, na Holanda, na Bélgica e na Turquia, e duas na Itália.

Usualmente, o foco da ação se dá em território italiano, pela posição geográfica favorável a um ataque virtual contra a Rússia -a Turquia, que busca ser um ator mais neutro apesar de ser da Otan, evita tais manobras em seu solo. Há cerca de cem desses artefatos táticos na Europa, um quinto do que havia há dez anos.

Esse tipo de duelo retórico remonta a um dos períodos mais perigosos da Guerra Fria, quando uma sequência de exercícios da Otan foi vista no Kremlin como um prenúncio de um ataque nuclear preventivo. O ano era 1983, e documentos revelados ao longo dos anos mostram que o risco de um conflito acidental foi um dos mais altos da história.

Enquanto isso, o G7, grupo das sete economias mais desenvolvidas entre as democracias, se reuniu a pedido de Kiev para discutir o aumento de envio de armas mais sofisticadas para deter os russos.

Promessas foram feitas, e o clube disse que o eventual uso de armas nucleares por Moscou encontrará uma “resposta firme”.

O Kremlin criticou particularmente a discussão sobre sistemas antiaéreos, dizendo que com isso o Ocidente apenas faz o conflito se prolongar, e o chanceler Serguei Lavrov voltou a dizer que os EUA estão diretamente envolvidos na guerra.