PM que matou cabo diz que vítima não respeitou casamento dele e mandava mensagens no celular da ex

PM que matou cabo diz que vítima não respeitou casamento dele e mandava mensagens no celular da ex

Suspeito diz que vítima "acabou tendo um relacionamento com a esposa dele" e, por conta disso, houve a separação. No entanto, ele nega motivo passional para o crime.

Jurandir Miranda, morreu baleado pelo colega em Aquidauana

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A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte do cabo da Polícia Militar Ambiental (PMA) Jurandir Miranda, de 47 anos, em Aquidauana, a 131 km de Campo Grande. O crime ocorreu no dia 25 de outubro deste ano e, um dia depois, o soldado Izaque Leon Neves, de 33 anos, se apresentou na capital sul-e confessou o crime. Ele alegou que a vítima não não respeitou o casamento e mandava mensagens no celular da ex-mulher dele.

No teor das declarações de Izaque, consta que ele falou ainda que o suspeito "acabou tendo um relacionamento com a sua esposa" e, por conta disso, houve a separação. No entanto, o soldado nega motivo passional e afirma que Jurandir já tinha feito ameaças de morte a ele, levando a ter tal reação e efetuado os disparos. Tal versão foi questionada pela investigação, já que ele é quem foi ao encontro da vítima em uma lanchonete e Jurandir também não teria feito menção de estar armado.

O delegado responsável pelo caso, Jackson Frederico Vale, disse que os envolvidos não se entendiam há cerca de 2 anos. Testemunhas e parentes deles também disseram que "eram notórias as desavenças" e eles inclusive já foram punidos por estes fatos na Justiça Militar. Vale ressaltou ainda que a PM instaurou procedimento e apura os fatos.

Ex-mulher do soldado apontado como autor dos tiros disse que recebeu ameaças horas antes do crime

No inquérito também consta a oitiva com a ex-mulher do soldado, que procurou a Polícia Civil para denunciar ameaças feitas pelo suspeito, no qual ele teria ligado para ela e feito ameaças, pouco tempo antes do crime. Na ocasião, Izaque teria dito que a mataria na frente dos 2 filhos que eles possuem em comum, caso ela fosse vista com outro homem.

A mulher, ainda conforme a polícia, solicitou medida protetiva de urgência, deferidas pelo juiz. No documento, consta ainda a decretação da prisão de Izaque e a suspensão do porte de arma do policial. A investigação ainda apreendeu imagens de câmeras de um comércio em frente à lanchonete do soldado, no qual mostra toda a ação criminosa.

Entenda o caso

O cabo Jurandir Miranda foi morto a tiros em Aquidauana, pelo colega de farda, o soldado Izaque Leon Neves. Após atirar na vítima, ele ainda tentou enforcá-lo.

Conforme a polícia, Izaque não aceitava o fim do relacionamento com uma jovem de 26 anos, a qual estava namorando Jurandir. Por causa disso, os dois policiais já tinham brigado diversas vezes, feito ameaças entre eles e também sofrido punições da corporação.

Conforme o boletim de ocorrência, Jurandir passou em uma motocicleta em frente à lanchonete de Izaque, tendo dado retorno e parado em frente ao comércio. O soldado então se levantou da cadeira onde estava sentado, sacou uma pistola e atirou no colega.

A vítima ainda estava na moto quando foi atingido pelos primeiros disparos. Ele então caiu, o soldado continuou atirando e em seguida tentou enforcá-lo.

Um outro policial militar que passava pelo local no momento do crime segurou Izaque, o desarmou, mas ele conseguiu se soltar e fugiu. Jurandir foi socorrido para o hospital da cidade, mas não resistiu. No local do crime foram apreendidas seis cápsulas deflagradas de pistola calibre ponto 40.

O caso foi registrado como homicídio qualificado pelo motivo fútil e ameaça em relação à jovem namorada da vítima.