Novo teste de mísseis da Coreia do Norte dispara alerta em ilha no Sul

A ditadura da Coreia do Norte fez novos lançamentos de mísseis na manhã desta quarta-feira (2) pelo horário local, ainda noite de terça (1º) no Brasil.

Foram ao menos dois projéteis, segundo os militares do Japão, que voaram a até 150 km de altitude e caíram no mar depois de percorrerem 200 km; a vizinha Coreia do Sul fala num terceiro artefato, que caiu a cerca de 60 km da costa da cidade de Sokcho -no que foi, segundo o governo, a distância mais curta já registrada em episódios do tipo.

De acordo com Seul, um alerta de ataque aéreo foi emitido na ilha de Ulleung, no leste do país, logo depois do lançamento do míssil. Funcionários de algumas empresas chegaram a ser retirados do escritório e levados para abrigos, segundo a agência japonesa Yonhap.

Mulher passa em frente a uma tela de TV em Seul, na Coreia do Sul, que mostra o lançamento de mísseis realizado pela vizinha Coreia do Norte – Anthony Wallace – 5.jun.22/AFP

Pouco depois de 20 minutos, às 9h no horário local, o estado de atenção foi suspenso. O projétil caiu no mar a 167 km da ilha.

Ainda não se sabe que tipo de artefato foi lançado.

Os novos testes de Pyongyang se dão horas depois de a ditadura exigir que Estados Unidos e Coreia do Sul interrompam exercícios militares feitos na região. Uma nova rodada foi iniciada nesta segunda (31), com aviões dos dois países realizando simulações de ataques aéreos 24 horas por dia.
O regime de Kim Jong-un chama as ações de provocação, e uma autoridade local citou que elas poderiam ter como resposta “medidas mais poderosas”. Trata-se de um ciclo vicioso de acusações, já que EUA e seus aliados regionais também alegam agir em resposta à Coreia do Norte, sempre criticando o acirramento promovido por Pyongyang.

Com efeito, já nesta quarta o premiê japonês, Fumio Kishida, convocou uma reunião de seu conselho de segurança dado o aumento das tensões na península coreana.

Neste ano, foram mais de 40 lançamentos de Kim até aqui, um cenário em que as ameaças atômicas foram renovadas por Pyongyang da forma mais intensa desde 2017. Naquele ano, uma série de testes de mísseis capazes de atingir os EUA e a explosão de uma bomba de hidrogênio levaram o governo do então presidente Donald Trump a negociar diretamente com o norte-coreano.

Deu errado, até porque a premissa americana era tornar a península uma área sem armas nucleares, e sem elas a ditadura comunista perde seu principal instrumento de negociação. Agora, a sinalização parece ser a mesma, e há a expectativa de que Kim possa conduzir um teste nuclear a qualquer momento.

No mês passado, os EUA reagiram ao disparo de um míssil de alcance intermediário que sobrevoou o Japão -Tóquio chegou a pedir que parte da população buscasse abrigo, pela primeira vez desde 2017- enviando porta-aviões para a região e fazendo exercícios de bombardeio conjunto com japoneses e sul-coreanos. Pyongyang revidou com mais mísseis balísticos e treinos com caças.