Homem no Texas mata a tiros cinco vizinhos, incluindo criança de 8 anos

Homem no Texas mata a tiros cinco vizinhos, incluindo criança de 8 anos

O suspeito é de nacionalidade mexicana. A polícia informou que ele estaria embriagado no momento do ataque e teria usado um rifle 223 para realizá-lo.

Segundo os investigadores, o homem disparava um fuzil semiautomático AR-15 no jardim de sua casa quando as vítimas pediram a ele que parasse porque tentavam fazer um bebê dormir. Ele teria então respondido que faria o que quisesse no seu quintal, disse o xerife do condado de San Jacinto, Greg Capers, à uma rádio afiliada da emissora ABC.

Funcionários do gabinete do xerife afirmam ter recebido uma ligação de Cleveland com uma denúncia da situação por volta das 23h31 do horário local. Quando chegaram ao local, porém, encontraram várias vítimas baleadas.

Quatro vítimas foram declaradas mortas no local, enquanto uma quinta veio a óbito após ser levada ao hospital. Duas das pessoas, mulheres, tiveram seus corpos encontrados posicionados sobre duas crianças que sobreviveram, no que a polícia acredita ter sido uma tentativa de protegê-las. O morto mais novo tinha oito anos.

O Departamento de Polícia de Cleveland não respondeu a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters.

A polícia não revelou a identidade das vítimas ou sua possível relação com o suspeito, mas disse que todas eram de Honduras.

De acordo com dados da ONG Gun Violence Archive, que acompanha a violência armada nos EUA desde 2013, na primeira metade de 2022 10.260 pessoas foram mortas por armas de fogo no país, ou uma pessoa a cada 26 minutos.

É um número que vem aumentando ano após ano. Em 2014, foram 12.352. Em 2021, 20.944. Assim como o total de vítimas, também cresce a cada ano o número de feridos a tiros: 86% de 2014 a 2021.

Houve um aumento dos ataques em massa, definidos pelo GVA como casos em que quatro ou mais pessoas são mortas ou feridas. No primeiro semestre de 2022 foram 320 incidentes do tipo, mais de 12 por semana, em mais uma estatística em alta: em todo o ano de 2021, foram 692 ocorrências, contra 272 em 2014, segundo o monitoramento da ONG.

Sempre que ocorrem episódios do tipo, volta ao debate público a discussão sobre a facilidade no acesso a armas de fogo nos Estados Unidos. O tema divide a sociedade americana, tanto eleitores como políticos: republicanos defendem restrições mínimas à compra e à posse de armas, enquanto democratas apoiam aumentar o controle.

O presidente Joe Biden, um democrata, propôs a proibição da venda de armas semiautomáticas com cartuchos de alta capacidade e o aumento da idade mínima para a compra desses armamentos, de 18 para 21 anos. Ele não conseguiu avançar com os projetos e ainda sofreu reveses: a Suprema Corte, de maioria conservadora, decidiu que o porte de armas em público não pode ser restringido por leis estaduais, abrindo espaço para que mais pessoas armadas circulem pelas ruas.

Por outro lado, republicanos e democratas chegaram a um acordo e aprovaram no ano passado um pacote de medidas que inclui a ampliação da checagem de antecedentes de compradores de armas de fogo e mais recursos federais a programas de saúde mental.

Ainda que as medidas sejam consideradas tímidas para frear o aumento da violência armada no país, o acordo foi celebrado como a maior reforma na legislação sobre o tema em três décadas.