Naviraí - Indígenas recebem liminar e se recusam a deixar fazenda invadida (Vídeo)

Naviraí - Indígenas recebem liminar e se recusam a deixar fazenda invadida (Vídeo)

Na tarde de segunda - feira (06), Oficias de Justiça juntamente com Policias da Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia Militar, estiveram na Fazenda Esperança 2, localizada no KM 148 da BR 163, em Naviraí, para informar os indígenas que estão no local, de uma liminar concedida pelo Magistrado, aonde foi imposta o prazo de 72 horas para eles deixarem a área ocupada pacificamente.

Os Oficias de Justiça e as equipes policiais foram recebidos por um grupo de cerca de 4 mulheres que estavam trancando um trecho da estrada que da acesso a fazenda. Junto a elas tinham algumas crianças.

Uma das índias armada com arco e flecha, que se identificou com o nome indígena de Cunhãcaporã e identidade nacional de Julia Fernandes, foi quem conversou com os oficiais e ao receber a noticia do prazo que eles teriam que deixar a fazenda, ela se recusou dizendo que "Nós não vamos sair daqui eu dou minha palavra, nós temos nosso direito de ser indígena... Vai ter 72 horas não, nós temos até a morte, nós vamos ficar aqui... Eles vão ter que agüentar ver nossa cara aqui... Quer mata, mata aqui, que ai eles perder mais... nós não vamos sair daqui".

Segundo ela, seus antepassados chegaram naquela terra em 1905. Lá morreram seus avos e tataravós, que segundo ela foram mortos ali. No local ainda segundo ela, existem no momento 150 indígenas entre homens, mulheres e crianças, das etnias Guarani e kaioá que estão acampados no interior da fazenda.

"Vamos esperar a justiça, nois qué o nosso direito, porque essa terra é nossa e eles – homem branco- pegaram e o que eles já pegaram, pegaram de bastante e estavam destruindo aqui quando nos entremos aqui".



Na manhã da última quinta-feira (02), dois funcionários que iriam realizar manejo e preparo do solo para plantio de cana na fazenda, foram impedidos por um grupo de cerca de 12 indígenas entre adultos e adolescentes, armados de foices, arcos e flechas.

Segundo os funcionários, eles foram ameaçados pelos indígenas que foram para cima deles com as foices levantadas e os arcos e flechas apontadas, os obrigando a se evadirem do local.

Os funcionários comunicaram os fatos ao seu patrão que compareceu no local no intuito de retirar suas duas maquinas sendo uma escavadeira e uma pá carregadeira da fazenda, porém também foi impedido pelos índios que a todo o momento apontavam os arcos com flechas em sua direção.

Após deixar o local, ele foi juntamente com os dois funcionários até o 1º DP (Delegacia de Polícia Civil) de Naviraí, aonde registrou um boletim de ocorrência informando sobre os fatos ocorridos.

A Polícia Militar então foi até ao local e conseguiu fazer a escolta para a retirada dos maquinários que estavam no interior da fazenda.