Amigas de MS fazem pela segunda vez tatuagens iguais para eternizar 'amor, carinho e respeito'

Amigas de MS fazem pela segunda vez tatuagens iguais para eternizar 'amor, carinho e respeito'

Umas são parentes. Outras chegaram depois. Maridos e filhos também são amigos. As meninas eternizaram na pernas o carinho entre elas

Ana Flávia Buzaneli/ Arquivo Pessoal

Para eternizar o que representa a amizade entre elas, um grupo de cinco amigas de Mato Grosso do Sul fez, pela segunda vez, tatuagens iguais. As' meninas' tatuaram no antebraço e nas pernas o 'amor, carinho e respeito' que uma tem pela outra.

"Amizade é algo muito difícil de se conquistar. Mais difícil ainda fazer perdurar...mas quando se conquista, se tem, simplesmente existe...é algo difícil de explicar mas muito gostoso e prazeroso de sentir e ter...se alguém chora, choramos....se alguém sofre, seguramos a barra, se alguém sorri, gargalhamos para ficar ainda mais gostoso...nos amamos como se fôssemos irmãs, porém de almas...", disse a representante comercial Ana Flávia Buzaneli, de 39 anos.

Entre as cinco, duas são primas. A terceira é esposa do primo. As outras duas vieram como presentes da vida.

E começou assim

A sul-mato-grossense Ana Flávia, a mais falante, é prima materna da gerente financeiro paulista Adriana Buzaneli Laranja Gurvitz, de 45 anos. Apesar de serem parentes, elas ficaram mais próximas quando a paranaense Suelen Volpato, empresária de 39 anos, também se aproximou.

A Suelen é casada há 18 anos com um primo paterno da Adriana. A Adriana é aquela pessoa toda coração, que está sempre ajudando todo mundo e apresentando momentos e pessoas legais.

Com esse jeito 'mãe polvo', Adriana mantém amizade de 23 anos com a professora, também sul-mato-grossense, Thaís Hamae, de 41 anos, e a levou para a família dela e para outros amigos. Assim fez com a vendedora Francine Arce Seba, de 37 anos, de quem é amiga desde 2017.

Thaís e Adriana trabalharam juntas em uma loja de roupas, quando ainda faziam faculdade. A carioca Francine chegou quando a filha mais nova dela, na época com 6 anos, foi mordida pela caçula da Adriana. A partir dali, o que começou com 'violência', é só amor!

...e segue assim

Da esquerda para direita: Suelen, Thaís, Francine, Adriana e Ana Flávia

Arquivo Pessoal

Cada uma tem seu trabalho. Sua rotina com maridos e filhos. Outros amigos. Mas a tecnologia ajuda e o 'zap' e as redes sociais são instrumentos de 'conversação' diária. Os encontros? Ah... os encontros... estes, conforme elas, são sempre 'maravilhosos e incríveis'.

Todas têm filhos, que também são amigos entre si. Ah, as brigas acontecem, afinal, são crianças e adolescentes que nem sempre são tolerantes como os adultos.

Os maridos são amigos. Companheiros. E a amizade entre eles e elas forma uma 'grande família'. Onde os encontros são sempre regados a muitas conversas, risadas.

Há também os desabafos, os choros. Há as vibrações por conquistas. Há o colo quando algo não está tão bem. Há palavras de ânimo. E acima de tudo há o respeito pela individualidade de cada uma.

Será que tudo são flores? Não. Elas discordam. Fazem cara feia. Discutem. Mas que família é perfeita , né?

"Algumas vezes na vida encontramos uma amiga especial, em nosso caso encontramos várias amigas especiais, cada uma do seu jeito e com o coração cheio de amor e alegria. Em nosso grupo de aplicativo que tem o nome BORA?, são marcados nossos encontros, quase semanais, as vezes somente mulheres, mas na maioria com nossas famílias. E são sempre momentos sensacionais", se emociona Suelen.

Thaís, a mais calma, resume com todo sentimento o que é essa amizade. "Sempre que nós nos encontramos realmente essa alegria, essa luz e esse amor exalam à nossa volta. Tudo isso porque é verdadeiro. Não existe interesse no meio de nós. É tudo de coração pra coração ??".

Tatuagens

A primeira tatuagem foi em 26 de novembro de 2016, quando a Suelen fez 35 anos: um coração com o infinito. "Significa que o amor entre nós é infinito", resumiu Adriana. Algumas das meninas que fizeram na época não estão mais tão próximas, mas seguem recebendo carinho à distância. "Sabemos que se uma precisar, todas estarão lá pra acolher ou até pra dar bronca".

A tatuagem feita quarta-feira (18) foi um 'telefone sem fio' que começou com a Ana Flávia e terminou com coração a mais na Suelen. "É a nossa comunicação. Tudo a gente conversa. Tudo a gente conta", fala Ana Flávia. "Tudo a gente fofoca", brinca Suelen. Antes do desenho começar a ser feito, a medição nas pernas foi com fio dental.

Tatuador mediu a altura do desenho com fio dental

Ana Flávia Buzaneli/ Arquivo Pessoal

E em ambas as vezes, elas conversaram muito para que todas pudessem ir no mesmo dia e hora no estúdio, falaram muito durante as tatuagens e tiraram muitas, mas muitas fotos. Algumas delas mostram o sofrimento da Francine. "Eu achei que doeu muito".

Mas ela foi forte e ainda tatuou o coração no braço depois, pois em 2016, não conhecia as amiga.

Francine durante a tatuagem

Ana Flávia Buzaneli/ Arquivo Pessoal

Elas já pensam na próxima tatoo. Mas até lá...sabe como é mulher né? Vai ter muita conversa...

Enquanto não vem o próximo capítulo desta história, a gente encerra com as palavras da Francine. Que chegou com a família em Campo Grande sem conhecer praticamente ninguém e só pensava em ir embora. Agora, já curte moda de viola, churrasco...e só tá faltando tomar tereré de verdade!

"Essa amizade foi um grande presente de Deus. Foi Deus cuidando da minha família numa nova cidade. O mais legal foi que o 'santo foi batendo' e outras pessoas foram chegando. Foi um encontro de alma. Somos verdade, somos felizes por tudo que temos, somos esposas, somos mães, somos família. Temos o coração que transborda amor. Temos a alma simples e temos muita sede de viver. É isso que faz tudo dar certo. A vida sem vocês não seria a mesma, disso tenho certeza."

Os corações nos braços

Arquivo Pessoal