'Está tudo bem', diz Trump após ataque a bases no Iraque; chanceler iraniano diz que não busca escalada do conflito

'Está tudo bem', diz Trump após ataque a bases no Iraque; chanceler iraniano diz que não busca escalada do conflito

Ação de vingança pela morte do general Qassem Soleimani aconteceu antes de seu corpo ser enterrado. Há relatos de vítimas iraquianas. Casa Branca disse que Trump não se pronunciará esta noite. Emissora iraniana noticia lançamento de mísseis contra alvos no Iraque

Iribnews/Reprodução

'Está tudo bem', escreveu o presidente americano Donald Trump no Twitter na noite desta terça-feira (7) após o ataque iraniano a duas bases no Iraque. "Mísseis lançados do Irã em duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e ocorrendo agora. Até o momento, tudo bem! Temos, de longe, as forças armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo! Farei uma declaração amanhã de manhã."

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As duas bases no Iraque abrigam forças americanas e iraquianas. Elas foram atingidas por mais de uma dúzia de mísseis iranianos na noite desta terça (7) - madrugada de quarta (8) no horário local.

A base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do país, é uma das que foram atingidas. A outra está em Erbil, na região curda do Iraque. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis a ambas as bases.

Resumo dos acontecimentos até agora:

mais de 12 mísseis foram lançados pelo Irã contra 2 bases no Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas

o Pentágono confirmou o ataque, o Irã assumiu a responsabilidade e ameaçou realizar ataques dentro dos Estados Unidos se os americanos revidarem a ofensiva

a ação é vingança pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani

até o momento há o relato de vítimas iraquianas, mas não se sabe quantas, nem o estado de saúde delas

A equipe de Trump estava se preparando para um possível pronunciamento ainda esta noite, mas, depois, a Casa Branca informou que ele não falaria

O preço do petróleo subia no mercado futuro por volta de 22h (horário de Brasília)

Uma fonte de segurança do Iraque disse à CNN que 13 foguetes atingiram a base de Al-Asad, e que eles foram lançados de uma distância de cerca de 10km. Fontes curdas afirmaram que os mísseis atingiram duas partes separadas de Erbil: um caiu dentro do perímetro do aeroporto, mas não explodiu, e o outro caiu cerca de 33 km a oeste da cidade sem deixar vítimas.

Ainda segundo fontes de segurança do Iraque, há relatos de vítimas iraquianas, mas não há informações sobre quantas são ou se elas foram mortas ou feridas. Autoridades americanas informaram à imprensa que não há relatos de vítimas dos EUA.

Imagens mostram ataque a base americana no Iraque pelos iranianos

"Está claro que esses mísseis foram lançados do Irã", declarou o Pentágono, confirmando os ataques. "Estamos trabalhando em avaliar os danos iniciais da batalha".

Um porta-voz das forças armadas da Noruega disse à Associated Press que cerca de 70 soldados noruegueses estavam na base de Al-Asad, mas que não houve relatos de feridos. A Alemanha informou que seus soldados em Erbil estão bem. Segundo a Reuters, cerca de 115 militares alemães estão na cidade.

Imagem de vídeo da TV iraniana mostra suposto lançamento de mísseis do Irã sobre base militar americana em Al-Asad, no Iraque, na madrugada de quarta-feira (8)

AFP Photo/Islamic Republic of Iran Broadcasting

Mais cedo, uma rede estatal de TV iraniana havia informado que "dezenas de mísseis" foram lançados contra a base de Al-Asad. A agência de notícias Tasnim falou em uma "segunda rodada de ataques" pelo Irã, mas não ficou claro a quais ofensivas essa "rodada de ataques" se referia.

Segundo a rede de televisão árabe "Al Mayadeen", citada pela Reuters, helicópteros americanos estiveram presentes em ao menos um dos locais atacados, e um estado de "alerta total" foi ativado.

Bases iraquianas sofrem ataques

Cida Gonçalves/G1

A equipe do presidente Donald Trump estava se preparando para um possível pronunciamento ainda esta noite, mas, depois, a Casa Branca informou que ele não falaria.

Mais cedo, a assessora de imprensa de Trump, Stephanie Grisham, informou que ele estava a par dos ataques, e, depois, declarou que não haveria mais comunicados da Casa Branca esta noite.

"O presidente foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional", disse.

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O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o secretário da Defesa, Mark Esper, foram à Casa Branca, mas já deixaram o local, junto com o vice-presidente, Mike Pence.

Vista aérea da base de Ain al-Asad, no deserto de Anbar, no Iraque, em 29 de dezembro de 2019. Base foi um dos alvos de foguetes iranianos na quarta-feira (8).

AP Photo/Nasser Nasser

Logo após os ataques, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) proibiu voos americanos não militares de viajar pelo espaço aéreo do Iraque, do Irã, e sobre as águas do Golfo do Omã e do Golfo Persa.

Ameaças

De acordo com uma rede de TV iraniana, o ataque é parte da operação de vingança de Teerã, chamada de "Mártir Soleimani", contra a morte do general Qassem Soleimani, na semana passada, em um ataque aéreo americano no Iraque. O comandante era chefe da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana, e no momento dos ataques ainda não havia sido enterrado.

"Estamos alertando todos os aliados dos americanos, que deram suas bases ao seu exército terrorista, de que qualquer território que seja ponto de partida de atos agressivos contra o Irã será alvo", declarou a Guarda Revolucionária do Irã por meio da Irna, a agência de notícias oficial iraniana.

Imagens mostram momento que mísseis são lançados em direção a base americana

A força também alertou os Estados Unidos de que retirassem tropas da região para evitar a morte de mais soldados.

"Saiam da nossa região!", escreveu o ministro das Telecomunicações do Irã, Azari Jahromi, no Twitter.

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Outro oficial iraniano, Saeed Jalili, representante do líder supremo do país no conselho de segurança nacional, tuitou uma imagem da bandeira do Irã pouco depois dos ataques.

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A Guarda Revolucionária iraniana também ameaçou Israel e os Emirados Árabes. Em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram, a guarda disse que atacaria a cidade israelense de Haifa e Dubai se o território iraniano fosse atingido. Disse ainda que, se os Estados Unidos retaliassem o ataque desta terça, responderiam à ofensiva "dentro da América".

O ministro de Relações Exteriores, Javad Zarif, escreveu no Twitter que "o Irã adotou e concluiu medidas proporcionais em autodefesa", e que "nós não buscamos a escalada [do conflito] ou a guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão".

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Misséis atingem base aérea no Iraque usada por militares americanos e Irã assume ataque

A base aérea de Ain Al-Assad fica no oeste do Iraque, na província de Anbar. Começou a ser usada pelas forças americanas depois da invasão do Iraque pelos EUA em 2003, que derrubou Saddam Hussein. As tropas americanas também ficaram lá durante o combate contra o Estado Islâmico. Cerca de 1,5 mil soldados estão abrigados ali, segundo a AP.

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