Nos 11 primeiros dias do ano, Santa Casa 'viveu caos' com 12 partos ao dia: 'Muitas mães e prematuros', diz médico

Nos 11 primeiros dias do ano, Santa Casa 'viveu caos' com 12 partos ao dia: 'Muitas mães e prematuros', diz médico

Média no setor de pediatria e obstetrícia de MS é de 7 a 8 partos, segundo o chefe do setor. Ele explica que agora o momento é de "calmaria", porém, faltaram leitos neste período. Bebê está na pediatria da Santa Casa de Campo Grande MS

Fabiano Arruda/TV Morena

A Santa Casa, em Campo Grande, "viveu um caos" nos 11 primeiros dias deste ano com 50% a mais no número de gestantes internadas para fazer o parto. A média, segundo o médico William Lemos, que atua como supervisor e chefe de serviço do ginecologia e obstetrícia do hospital, é de 7 a 8 partos ao dia. No entanto, neste período, a média saltou para 12 procedimentos.

"Até o último sábado (11) o hospital teve muitas intercorrências. Houve a lotação por conta de muitos partos e somente ontem conseguimos resolver. Agora é um momento de calmaria nas salas de pré-parto, parto e pós-parto. No entanto, dias antes, todas estas salas estavam ocupadas e também estávamos com falta crônica de sala de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] neonatal", afirmou ao G1 o médico.

Conforme Lemos, em alguns casos, o bebê precisa ficar nestes locais em observação. "Aqui temos cinco e estávamos com todas essas salas ocupadas, além da falta das UTI's. E como os leitos estavam lotados, o cuidado nestes bebês é feitos nestas salas, chamadas de PPP. Ele fica ao lado da mãe, em um período prolongado e, desta forma, deixamos de atender uma gestante em trabalho de parto, por exemplo", explicou.

Nestes dias, o médico fala que houve a lotação, porém, nenhuma paciente permaneceu em macas nos corredores. "É o caso, por exemplo, que estava acontecendo no HU [Hospital Universitário]. Nós não podemos dizer ao certo, existem várias explicações, como o crescimento da população em Campo Grande e só este fato já justifica o aumento. Mas, existem outros fatores", comentou.

Vítima foi internada em estado grave na Santa Casa e deve passar por cirurgia

Reprodução/TV Morena

De acordo com o profissional, os últimos partos também apontam que muitas gestantes internaram sem antes fazer as consultas pré-natal. "Não houve esse cuidado e essa falha também impacta e sobrecarrega a demanda. É um número maior de grávidas e com vários nascimentos de prematuros, que acabam travando os leitos existentes. São 240 a 250 partos por mês e isso dá uma média de 7 a 8 ao dia, mas, neste período foram 12 totalizando mais de 100 partos nestes 11 dias. Agora, estabilizamos, demos destino a estas pacientes e a situação está normalizando", finalizou.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário (HU) para saber se a lotação também ocorreu lá. No entanto, nenhuma das ligações foram atendidas. Na Maternidade Cândido Mariano, o setor de comunicação informou que vai entrar em contato com a direção e dar retorno nesta segunda-feira (13).