'Meu coração está destruído', diz pai de Jennyfer Monteiro, vítima do 'maníaco de Marituba', no PA; corpo é velado

'Meu coração está destruído', diz pai de Jennyfer Monteiro, vítima do 'maníaco de Marituba', no PA; corpo é velado

A jovem ficou internada por 12 dias no Hospital Metropolitano, em Ananindeua, após ter sido estuprada e espancada. Um adolescente de 17 teria envolvimento com outros nove casos em Marituba. Todas as vítimas são mulheres. Vítima de 'maníaco de Marituba', Jennyfer Monteiro tem morte confirmada em hospital no Pará.

Reprodução / Facebook

O corpo de Jennyfer Karem da Silva Monteiro, de 20 anos, segunda vítima morta pelo 'maníaco de Marituba', foi velado em uma capela em Belém nesta quinta-feira (23). A jovem ficou internada por 12 dias no Hospital Metropolitano, em Ananindeua, após ter sido estuprada e espancada. O adolescente de 17 teria envolvimento com outros nove casos em Marituba. Todas as vítimas são mulheres. "Meu coração está destruído e de muitos outros pais também, que estão sentindo a minha dor", disse o pai da jovem, enquanto aguardava liberação do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML).

Jennyfer foi atacada após ter sido enganada pelo suspeito que, usando um perfil feminino falso em rede social, contratou a vítima para serviços estéticos em domicílio. A jovem foi encontrada no sábado (11) e socorrida.

"Era uma criança que não tinha maldade que foi para aquele lugar inocentemente, sem pensar que ia acontecer uma coisa dessa. Ela foi trabalhar, 'tava' querendo ter o dinheirinho dela e acontece uma situação dessa", lamenta o pai.

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De acordo com boletim de ocorrência, Jennyfer Monteiro saiu de Belém com a irmã de 24 anos, atraída pelo serviço de estética. O local dos estupros ficava a cerca de 3 quilômetros da praça matriz de Marituba, na região metropolitana de Belém.

A irmã, que sobreviveu, relatou à Polícia que ao chegar ao local, o adolescente estava em uma bicicleta e disse que só poderia levar uma de cada vez. A primeira a ser levada foi Jennyfer. Imagens divulgadas pela Polícia mostram o momento em que o suspeito leva a moça. Segundo a irmã de Jennyfer, o adolescente demorou cerca de duas horas para voltar para buscá-la.

Ainda de acordo com o relato, os abusos duraram cerca de vinte minutos. A vítima contou que chegou a morder um dos braços do estuprador e que, após luta corporal, se ajoelhou e pediu para não ser morta. Ele, então, mandou que ela fosse embora, quando correu para dentro da mata. Ela contou que foi acolhida por funcionários de uma empresa e conseguiram encontrar Jennyfer caída e desmaiada no chão.

"Fomos até a Alça Viária, lá encontramos minha filha toda cortada, batida, com o pescoço todo roxo... e a minha outra filha encontraram depois. Uma ambulância já veio trazendo minha filha em coma. Eu fiquei em desespero...", contou o pai.

O pai disse que a filha lutou para não morrer. "Ele queria matar ela também. Minha filha foi guerreira, muito guerreira. Ela me ligou quando eu estava trabalhando, larguei o serviço de manhã na sexta, aí no sábado, ela me ligou 13h dizendo 'pai fui sequestrada e a Jennyfer sumiu".

A Polícia informou que continua investigando os ataques em Marituba, mas não vai divulgar informações. Além de Jennyfer, Samara Mescouto, de 20 anos, também foi morta em um dos ataques. Ela foi encontrada morta em um terreno abandonado, próximo à casa do assassino, no último dia 12 de janeiro. De acordo com a Polícia, este teria sido o único caso em que o adolescente contou com a participação de um adulto - Jaderson Menezes Alves, que está preso.

O delegado geral de Polícia Civil do Pará, Alberto Teixeira, informou que "o adolescente está junto à Justiça especializada". "Instauramos todos os procedimentos necessários para que ele efetivamente possa ser responsabilizado e o Estado haverá de dar pena máxima pelos crimes", afirmou.

Velório

O velório de Jennyfer Monteiro foi marcado pelas expressões de dor de familiares e amigos, quando o corpo chegou ao local. A vítima teve a morte confirmada na noite de quarta (22) e o corpo liberado do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves durante a tarde. "Está doendo muito, uma dor inesquecível, que só deus para consolar essa dor da gente", lamentou prima da vítima.

"A irmã dela está super abalada, está falando besteira... que quer ir com ela, que está se sentindo culpada por não ter conseguido salvar a irmã", contou um dos familiares.

O sepultamento está marcado para às 10h desta sexta (24) em um cemitério particular de Marituba. Além do luto, o pai da jovem Jennyfer disse que agora aguarda a Justiça. "Eu quero Justiça, que não fique impune".