Pessoas com autismo passam a ter direito a vagas de estacionamento no DF

Pessoas com autismo passam a ter direito a vagas de estacionamento no DF

As primeiras-damas Michelle Bolsonaro e Mayara Rocha estiveram no evento. Veja como fazer a credencial. Evento de lançamento da credencial para autistas

Agência Brasília/ Divulgação

As pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) – o autismo – passam a ter uma credencial para usar vagas de estacionamento para pessoas com necessidades especiais no Distrito Federal. O programa, vinculado ao Detran, foi lançado nesta quinta-feira (6) no Palácio do Buriti.

A credencial traz o símbolo universal do autismo, que é um laço com estampa de quebra-cabeças. Ela vale por 10 anos e, para fazer o documento, não será preciso agendar perícia médica no Detran (veja abaixo como fazer a credencial).

A solenidade contou com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da primeira-dama do Distrito Federal Mayara Rocha. Mayara lembrou que desde 2011 uma lei já permitia que condutores de pessoas com autismo usassem vagas especiais, no entanto, a lei não era cumprida.

Lei garante direito a autistas, mas nem sempre a legislação é cumprida na prática

Já Michelle Bolsonaro apontou que para acabar com o preconceito e promover a inclusão é preciso levar informação às pessoas "O conhecimento afasta o preconceito e a discriminação e para ter uma sociedade justa e inclusiva precisamos combater verdadeiramente o preconceito", afirmou.

Mayara Rocha durante lançamento da credencial

Agência Brasília/ Divulgação

Para Sandra Bacelar, mãe de um menino autista de 6 anos, o não cumprimento é por conta da desinformação das pessoas. Como o autismo nem sempre é percebido, o uso das vagas especiais, muitas vezes, levava a constrangimentos – ela mesma enfrentou situações assim.

"A pessoa falou: essa vaga é para deficiente físico. Por que você tá usando essa vaga? Naquele momento eu percebi que ela não sabia, mas não era culpa dela."

A publicitária Monique Lamounier, que também é mãe de uma criança autista, "a credencial traz um alivio". Ela explica que famílias que têm pessoas com autismo "passam o tempo inteiro andando com as crianças, levando em terapia". Para ela ter espaços para estacionar "é uma super-ajuda".

Como adquirir a credencial de estacionamento para autistas

Para adquirir a credencial de estacionamento para pessoas com autismo é preciso imprimir o requerimento que está disponível no site do Detran, preenche-lo e anexar o laudo com o CRM do neurologista ou psiquiatra que acompanha o paciente.

O requerimento e o laudo precisam ser entregues nas seguintes unidades do Detran:

Gama

Taguatinga

Setor de Transportes e Cargas (antiga Vadel)

Detran Sede

O que é o autismo?

Conhecido como autismo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge uma em cada 160 crianças, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de afetar o desenvolvimento da criança, o autismo também influencia no comportamento e na comunicação com outras pessoas.

Autismo: mitos e verdades

No chamado "autismo clássico", que costuma ser diagnosticado por volta dos 3 anos de idade, os sinais mais comuns são:

ter dificuldade em interação social, como não olhar para o interlocutor ou manter uma distância grande dele;

não compartilhar interesses e experiências com os outros;

não reagir a emoções, como por exemplo a criança que vê que a mãe se machucou, mas não faz carícias ou dá beijo para consolá-la;

fazer movimentos repetitivos;

não desenvolver a linguagem oral ou apenas repetir frases ouvidas;

necessitar de uma rotina muito inflexível, sem mudanças em caminhos para a escola ou ordem de compromissos na semana.

Segundo estudos, a estimativa é de que, aproximadamente, uma a cada 59 crianças tenha alguma característica de autismo

Getty Images

No outro extremo, chamado Síndrome de Asperger, o desenvolvimento da linguagem pode até ser equivalente ao da média das crianças. Mas há sinais como:

desinteresse em compartilhar gostos;

dificuldade em socialização;

falta de empatia ou de ter reações em grupo;

interesse por assuntos muito específicos;

comportamento repetitivo;

sensibilidade alta ou baixa nos 5 sentidos (como irritação em ambientes barulhentos).

*Sob a supervisão de Maria Helena Martinho

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