Policial federal, quatro civis, guardas municipais, advogado e empresários são presos por milícia e homicídios

Policial federal, quatro civis, guardas municipais, advogado e empresários são presos por milícia e homicídios

Grupo é alvo de operação deflagrada nesta sexta-feira (27), em Campo Grande. Policiais e agentes do Gaeco no condomínio dos empresários

Osvaldo Nóbrega/TV Morena

Um policial federal, quatro policiais civis, guardas municipais, um advogado e dois empresários, estão entre os 23 alvos da operação deflagrada nesta sexta-feira (27) contra grupo suspeito de formação de milícia, de homicídios e de corrupção passiva e ativa em Mato Grosso do Sul.

O policial federal foi preso em Bonito. Entre os policiais civis, foram presos um lotado na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), outro na Polinter e um aposentado. Um que trabalha em Ponta Porã não havia sido encontrado até a publicação desta reportagem, assim como o advogado.

A Polícia Federal informou que, por questões de segurança, ainda não irá se pronunciar sobre o caso. O advogado que representa o sindicato dos guardas municipais, Mário Almeida, disse que não sabe os motivos das prisões.

O delegado-geral de Polícia Civil, Marcelo Vargas, explicou que entre os mandados para os policiais civis, dois são de prisão temporária e dois de preventiva. Afirmou ainda que foi instaurado processo disciplinar contra eles e, conforme a conclusão, podem ser expulsos da instituição.

Os empresários Jamil Name e o filho dele, Jamil Name Filho, também foram presos. Segundo o advogado deles, Renê Siufi, policiais e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prenderam pai e filho e também apreenderam "alguns papéis e um pouco de dinheiro". "Estão tranquilos", afirmou.

Policiais e agentes do Gaeco chegaram na casa de pai e filho, em um condomínio de luxo da capital, por volta das 6h (de MS) e saíram 11h. Os advogados da família afirmaram que tentam acesso ao inquérito para saber os motivos da prisão.

A operação que resultou na prisão leva o nome de Omertà e tem por objetivo cumprir 23 mandados de prisão, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária, e 21 de busca e apreensão.

O nome da operação é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do Sul da Itália. Fundamenta-se num forte sentido de família e num voto de silêncio que impede cooperar com autoridades policiais ou judiciárias, seja em direta relação pessoal como quando fatos envolvem terceiros.

Investigação

A operação é resultado de investigações que começaram após a morte, por engano, de Matheus Xavier, ocorrida no dia 9 de abril, em Campo Grande. Ele era filho do capitão da Polícia Militar, Paulo Roberto Xavier, que já foi condenado por envolvimento com caça-níquel.

Após a execução dele, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para apurações sobre execuções na capital. Um mês depois, os policiais apreenderam um arsenal com um guarda municipal.