Brasileira reza pela web para acalmar vítimas do coronavírus nos EUA: 'minha missão'

Brasileira reza pela web para acalmar vítimas do coronavírus nos EUA: 'minha missão'

Moradora de Miami, na Flórida, há mais de 20 anos, Silvia ajuda moradores com orações pela internet. Ela relata situação no país norte-americano e mudanças na região onde mora. Silvia mostra ruas vazias em Miami, na Flórida

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A brasileira Silvia dos Santos, de 55 anos, decidiu fazer orações on-line com grupos de pessoas para ajudar a população da região onde mora durante a pandemia. Silvia é santista e mora há 20 anos nos Estados Unidos. Ministra de uma igreja messiânica de Miami, na Flórida, ela continuou ajudando moradores, mesmo com fechamento de igrejas.

"A população americana é muito só. Estou aqui há anos, já criei amizades e as pessoas confiam em mim. Uma senhora que mora em Nova York me ligou para conversar, já que é do grupo de risco e perdeu um vizinho para a doença. Fazer as orações é meu jeito de ajudar", declara a ministra.

Ele relata que as pessoas são mais distantes no país norte-americano, mas que o sentimento de solidão é negativo no momento de pandemia. A ideia foi bem recebida por fiéis que encontraram nas conversas um meio de se acalmar no cenário atual da doença.

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Silvia conta que faz várias ligações por meio de salas virtuais, com 20 a 25 pessoas reunidas ao mesmo tempo na rede social. As orações e a conversa descontraída se tornam uma distração para moradores. Mas quem não tem internet também é atendido pela ministra, que faz chamadas por telefone fixo para quem não consegue utilizar os celulares ou notebooks.

"É uma troca. Ajudar essas pessoas me faz muito bem. Manteve o grupo unido, e cada vez mais estamos acrescentando novos integrantes, até moradores do Brasil participam. Sinto que isso é minha missão", diz a ministra.

Moradora registrou estrada vazia na Flórida, EUA

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Mudança na rotina

O estado em que Silvia mora fica a cerca de 1.300 km de Nova York, epicentro da doença nos Estados Unidos. Ela conta que o cenário mudou muito com a chegada do novo coronavírus. O filho e o marido da ministra ainda saem para o trabalho, por ser serviço essencial, mas a rotina ficou limitada ao serviço e a casa.

A brasileira conta que a sua nora trabalha na área da saúde, em um dos maiores hospitais da região, e relata um cenário muito difícil dentro dos centros de saúde. "Ela precisou parar de ver a mãe, que é do grupo de risco", comenta.

"Moro há 20 anos aqui e nunca vi nada assim. Passei pelo 11 de setembro, por furacões na Flórida, mas nunca teve uma comoção mundial como essa, os efeitos são diferentes. Vi parques da Disney e um dos maiores shoppings do país, que ficam na Flórida, fecharem por um período grande de tempo. Não imaginaria isso", relata a ministra.

Segundo Silva, os moradores da região perceberam a seriedade da situação ao ver estes locais fechados. Ela conta que mesmo em períodos complicados os estabelecimentos dificilmente fecham as portas, e quando acontece é por um único dia.

A ministra relata que as medidas de prevenção são rigorosas, e ela acredita que o fato da população seguir as recomendações é algo que pode ajudar os moradores do país. "Aqui a cultura é rigorosa, as pessoas respeitam as regras. Isso é muito positivo, e eu fico feliz em seguir as mesmas recomendações e poder ajudar a não disseminar esse vírus", finaliza.

Estados Unidos

Até a noite desta terça-feira (7), os Estados Unidos era o país com mais casos no mundo, somando mais de 380 mil casos, segundo a universidade Johns Hopkins. O número está à frente do segundo, a Espanha, que registra cerca de 140 mil. Em número de mortes, porém, o país ocupa o terceiro lugar na lista (atrás de Itália e Espanha), com mais de doze mil mortes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça que vai suspender a contribuição de seu país à Organização Mundial da Saúde (OMS), acusando a instituição de mal desempenho na pandemia do novo coronavírus. Ainda durante a coletiva o presidente disse que o país pode estar chegando ao topo da curva de contaminações, o que significaria que o número de casos começaria a diminuir em breve.

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