Professores de MS fazem cartilha em guarani para disseminar informações a indígenas sobre o 'Koronavíru'

Professores de MS fazem cartilha em guarani para disseminar informações a indígenas sobre o 'Koronavíru'

Documento possui não só as "orientações tradicionais", como uso do álcool gel e evitar aglomerações, como fala sobre a importância do sol e plantas medicinais. Cartilha em MS tem objetivo de explicar sobre doença e também os cuidados necessários

Redes Sociais/Divulgação

Professores das etnias Guarani Kaiowá, que atuam em escolas públicas e uma universidade de Dourados, na região sul do estado, criaram uma cartilha em guarani sobre o novo coronavírus, para ser distribuída aos indígenas. O material está sendo disseminado pelo WhatsApp e, em breve, terá folders e também uma versão em quadrinhos para as crianças.

"Temos 260 professores indígenas, que atuam com 3.870 alunos em 8 escolas públicas da rede municipal, além de 400 indígenas nas Guatekas e aldeias. O objetivo é que os professores repliquem este material nos grupos, principalmente porque ele está com a linguagem adequada aos indígenas, não só a língua, mas, também a cultura", afirmou ao G1 o professor Neimar Machado de Sousa, de 44 anos.

Conforme Neimar, a cartilha é colorida e possui ao todo 20 páginas. De nome Koronavíru, ela ressalta não só as "orientações tradicionais", como o uso do álcool gel e evitar aglomerações, como fala sobre a importância do sol para a saúde e também faz explicações sobre plantas medicinais na melhora do sistema imunológico, gripe e o Covid-19.

"É uma linguagem simples em guarani, falando dos cuidados tradicionais e também o que é a doença na concepção cultural. Como a disseminação do material é urgente, nós já repassamos o que temos de informação consolidada nas aldeias. Mas, o documento ainda está em construção e temos outras aldeias interessadas. Em Ponta Porã na aldeia Lima Campo, por exemplo, vão distribuir kits de higiene e limpeza e a prefeitura pretende levar a cartilha também, para distribuir gratuitamente", ressaltou o professor.

Conforme o professor, os envolvidos também estão em busca de recursos para ter a versão impressa e também fazer um vídeo e spot radiofônico. "Queremos carros com som nas aldeias falando sobre isso. Teremos critérios claro, porque sabemos que somente profissionais da área da saúde e indígenas devem circular nas aldeias, algo que até é uma orientação da Funai [Fundação Nacional do Índio]", finalizou.

Cartilha possui 20 páginas e foi escrita em guarani

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