Protesto que fechou fronteira da Bolívia há 36 horas por conta de eleições não tem previsão de liberação

Protesto que fechou fronteira da Bolívia há 36 horas por conta de eleições não tem previsão de liberação

Grupo que coordena a manifestação não concorda com a situação da eleição presidencial na Bolívia e afirma que a fronteira só será reaberta após o fim da apuração dos votos. Grupo fecha fronteira da Bolívia com o Brasil há mais de 36 horas.

Lucas Lélis/TV Morena

Continua fechada a fronteira com a Bolívia em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, após protesto de bolivianos na madrugada desta quarta-feira (23). A travessia para o país vizinho está impossibilitada há mais de 36 horas, desde a meia noite do dia 23, no horário sul mato grossense, sem previsão de liberação.

O grupo que coordena a manifestação não concorda com a situação da eleição presidencial na Bolívia e afirma que a fronteira só será reaberta após o fim da apuração da eleição do último domingo (20).

Fronteira do Brasil com Bolívia está fechada há mais de 36 horas por conta de protesto.

Lucas Lélis/TV Morena

O último balanço divulgado pelo Supremo Tribunal Eleitoral boliviano com 98,4% das urnas apuradas, há uma diferença de 10,1% entre o atual presidente Evo Morales e o concorrente, o ex-presidente Carlos Mesa. Evo está com 46,8% dos votos e Mesa com 36,7%.

O presidente Evo Morales, do Movimiento Al Socialismo (MAS), e Carlos Mesa, do Comunidad Ciudadana (CC), podem disputar segundo turno de eleição presidencial na Bolívia, em 15 de dezembro

Reuters/David Mercado

Por conta do protesto, carros e motos estão impedidos de atravessar a fronteira nos dois sentidos. A travessia só pode ser feita a pé. Cerca de 4 mil bolivianos vivem em Corumbá. De acordo com o representante do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira, que está a frente do movimento, a fronteira só será liberada após o Tribunal Supremo Eleitoral do país garantir o segundo turno das eleições.

O músico Grabriel Ualpa, que há 10 anos vive em São Paulo, atravessou a fronteira a pé para visitar a família em La Paz. De Puerto Quijarro ele seguiria de ônibus, mas com a interrupção nos serviços e os bloqueios nas rodovias ele não sabe como vai fazer para chegar em casa.

Já Maria Cristina Arce que mora na Bolívia, mas que trabalha em Corumbá, não conseguiu atravessar a fronteira nesta quarta-feira (23) e agora aguarda o resultado da votação junto com os manifestantes para voltar a normalidade.

Bolivianos protestam contra resultado de eleições presidenciais e fecham fronteira com o Brasil.

Lucas Lélis/TV Morena

Parte do comércio de Porto Quijarro, primeira cidade boliviana vizinha a Corumbá, também aderiu ao movimento e fechou as portas. Bancos estão sem funcionar e os mercados fecharam a portas ao meio dia. A paralisação nacional também afeta os transportes. Trens que circulam por todo o país estão parados desde o início das manifestações.

A rodoviária de Porto Suares, há 15 km da linha internacional com o Brasil, que recebe cerca de 400 passageiros por dia está vazia. Na região, os manifestantes fizeram bloqueio semelhante aos que estão sendo feitos em toda Bolívia.