Ministro da Defesa diz não ter noção do que pode ter acontecido com desaparecidos no Amazonas

Ministro da Defesa diz não ter noção do que pode ter acontecido com desaparecidos no Amazonas

“A gente torce e reza para que eles sejam encontrados os dois com vida, sãos e salvos. O esforço da Defesa da Defesa com as Forças para a gente ajudar nas buscas dos dois não há dúvida.”

As declarações ocorreram durante uma audiência na Câmara dos Deputados. O ministro foi convidado para dar esclarecimentos sobre a compra pelas Forças de 35.320 comprimidos de Viagra, medicamento usado para o tratamento de disfunção erétil.

Segundo Paulo Sérgio, a impressão de que houve atraso para o trabalho de buscas das Forças Armadas é resultado da dificuldade de acesso ao Vale do Javari.

“O helicóptero mais próximo é de Manaus, e ele estava pronto, na manhã desta segunda (7), para levantar voo e atuar na área. A Marinha da mesma forma. Não houve retardo e, considerando as distâncias e o tamanho da Amazônia, pode parecer que houve retardo.”

Phillips e Pereira desapareceram enquanto viajavam da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte. O trajeto deveria durar cerca de duas horas, mas ambos não retornaram à cidade.

Segundo a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) e o Opi (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), o último registro que se tem dos dois aconteceu na manhã do domingo, na comunidade de São Rafael.

As entidades afirmam que o indigenista vinha sofrendo ameaças.

A Polícia Militar do Amazonas prendeu um homem na terça-feira (7) que seguiu Bruno Pereira e Dom Phillips pelo rio Itacoaí na manhã em que eles desapareceram. Segundo as autoridades policiais, o suspeito foi flagrado portando munição proibida.

Segundo divulgou a PM, testemunhas que viram a lancha de Pereira e Phillips descer o rio rumo a Atalaia do Norte no domingo “avistaram também uma outra lancha de cor verde, com o slogan da "Nike" bem visível, que trafegava no rio, logo após passar a lancha dos desaparecidos”.

Na audiência na Câmara, o ministro Paulo Sérgio ainda negou que as Forças Armadas estejam politizadas.

Para ele, a entrada de militares no governo Jair Bolsonaro não significa alinhamento político-partidário.

“Pelas origens militares do presidente, que foi formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), ao ser eleito ele se usou de alguns militares. Nós somos cidadãos comuns, estudados e capacitados para atuar em um dos Poderes como oficiais da reserva. Nesse sentido, fica a impressão de que essa cooptação de militares para trabalhar no Executivo seja politização, mas não há politização nas Forças Armadas.”