Pistola ou Lei Maria da Penha: 82% das mulheres são contra maior acesso a armas, aponta Quaest

Pistola ou Lei Maria da Penha: 82% das mulheres são contra maior acesso a armas, aponta Quaest

“Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola? E ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões”, afirmou Bolsonaro, em referência à legislação de 2006 que protege mulheres contra a violência doméstica.

Desde que assumiu, Bolsonaro publicou uma série de decretos e portarias que ampliaram o acesso a posse e porte de arma de fogo, armas de uso restrito e munições. Atualmente, o número de armas à disposição de civis no Brasil já supera a quantidade de armamento do contingente da Polícia Federal.

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Nesta segunda (5/9) o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão de parte dessas novas regras para limitar a circulação de armas, alegando “risco de violência política”.

Uma análise nos dados da Polícia Federal sobre novos registros de armas mostram que os beneficiários da flexibilização no acesso a armamento foram majoritariamente os homens. A BBC News Brasil tabulou as informações obtidas pelo portal de transparência Fiquem Sabendo, que mostram na prática a diferença apontada na pesquisa da Quaest: entre 2019 e o primeiro trimestre de 2022, mais de 96% dos novos registros de armas foram feitos por homens.

A pesquisa da Quaest sugere que esse eleitor beneficiado pela flexibilização das armas demonstra fidelidade a Bolsonaro. A pesquisa mostra que 45% dos que declaram voto no atual presidente também afirmam ser contrários às ações para facilitar o armamento. Já entre os que declaram voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o percentual de desaprovação quase dobra (88%).

Se pode contar com o apoio dos homens afeitos às armas, Bolsonaro tem entre suas maiores fragilidades a baixa intenção de voto no eleitorado feminino. Em agosto, o Datafolha mostrou que 53% das mulheres diziam rejeitar Bolsonaro.

O desafio é enorme, especialmente para o candidato que busca a reeleição e aparece atualmente mais de dez pontos percentuais atrás de Lula, que lidera as sondagens

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, com 82 milhões de votantes, as mulheres são a maioria do eleitorado feminino (53% dos votos). Entre o grupo de 16 e 17 anos, o percentual chega a 54% e a 56% na faixa acima de 70 anos ou mais. Elas são também a maioria entre os indecisos.

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